"A boa influência de pessoas justas faz a cidade progredir, mas a má influência dos homens maus acaba destruindo uma sociedade" (Pv 11:11 - BV)
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
O ANALFABETO POLÍTICO
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
PROSPERIDADE: TEOLOGIA x VISÃO
INTRODUÇÃO
Alguns assuntos são por demais polêmicos, ou assim se tornam com o tempo, por não se ter uma forma unificada de pensamento, nem uma pontualidade entre o crer e o praticar. A prosperidade é um desses temas polêmicos, ou melhor, tem se tornado assim, em função da complexidade da vida diária, principalmente, dos ocidentais. Percebo que nos países capitalistas esse assunto é mais cuidadosamente tratado do que em outros regimes, embora, o sentimento e vontade, não se diferem em todo o mundo e em toda a história da humanidade. Aliás, só chegou a se pensar o capitalismo e em outros sistemas econômicos, pela necessidade do ser humano de passar bem longe de aflições e privações de suas necessidades e confortos. Se o capitalismo é bom para o ser humano ou não, é um assunto que podemos tratar em um outro momento. O fato é que todos buscam a prosperidade em tudo o que faz. Se não fosse assim, se quer começaria a fazer.
De tantos significados do termo “prosperidade”, podemos entender em suma que pode significar “conquista”. Ao que quer prosperar, é necessário conquistar, pois a prova e o resultado da conquista é a prosperidade.
“Ao que quer prosperar, é necessário conquistar”.Permita-me expor aqui rapidamente minhas singelas observações a respeito desse tema, analisando mais especificamente em torno do assunto das conquistas terrenas, seja no campo das melhorias econômicas de pessoas ou de instituições; seja nas melhorias sociais. A despeito disso, as melhorias econômicas funcionam como alavanca mestra do impulso, num ambiente capitalista como o nosso.
E, tudo isso, em suma, gera transformações aceleradas numa sociedade que pressiona a todos em busca do crescimento.
Nosso cuidado, no entanto, enquanto cristãos, é quanto à diferença entre, o que vem ser a chamada e praticada conscientemente por muitos, de teologia da prosperidade (TP), e a visão da prosperidade (VP). Em que elas se diferem? Quais os métodos utilizados para sua prática? Elas são bíblicas, ou são apenas manipulações usadas por pregadores que tem como deus o seu próprio “...ventre...”, conf. Filipenses 3:19?
Talvez descobrir a distinção entre as duas, nos ajudará em novas percepções sobre esse assunto.
A Teologia da Prosperidade
Não sou um “expert” no assunto, porém o que tenho observado (talvez não mais do que você), já nos ajudará a precisar posicionamentos, baseados não somente em nossas observações, mas também no estudo bíblico em relação a essa teologia.
A teologia da prosperidade nunca foi pesquisada e estudada sistematicamente, pelo simples motivo de não haver fontes confiáveis de pesquisas, teológicas e/ou científicas para fundamentar o tema. A pregação foi baseada, principalmente num pragmatismo sofrido e buscado pelos pregadores, como uma ferramenta de auto-ajuda, especialmente nos países emergentes do ocidente, entre os quais, o Brasil se inclui.
A meu ver, a teologia da prosperidade, manifesta o medo e insegurança daqueles que dão mais valor às coisas terrenas, do que um apoio para conquistar. Pois a segurança deles está no possuir. Os pregadores da TP levam as pessoas a se sentirem seguras diante do montante conquistado. O perigo está quando a pessoa não consegue prosperar. Isso vai gerar dúvida no pensamento da pessoa no seguinte: Até onde Deus está lhe ouvindo ou não? Ou, até que ponto sua fé é verdadeira? Dúvidas como essas, ocorrem pelo entendimento de que quanto mais bens a pessoa possuir, mais perto está de Deus, e o contrário é verdadeiro. Ou seja, Deus está diretamente ligado ao volume de bens conquistados. “Se eu prosperar, Deus está comigo, se não, Ele não está”, afirmam elas. Para a TP, o crente deve morar em mansões, ter carros do último tipo, contas bancárias abastadas e nunca ficar doente. Quando isso não acontece, é porque ele está sem fé, em pecado ou debaixo do poder de Satanás.
A Visão da Prosperidade
Existe essa tal visão?
Talvez seja essa a primeira pergunta a fazermos, antes de meditar sobre o assunto. A segunda seria: Essa visão é bíblica?
Creio que a resposta para a primeira pergunta é “sim”. Bom, diante dessa afirmação, devemos então, estudá-la para evitar quaisquer confusões.
Quando da criação do ser humano, Deus o deixou plenamente abastecido e suprido em todas as coisas. Deus o visitava todos os dias. Na criação do homem e de todas as coisas, Deus não condicionou a sua presença, perante a criatura, aos bens que o ser humano possuía. Quando o Senhor os colocou no jardim do Éden, as coisas criadas (os bens) para o homem desfrutar já estavam lá. O problema é que as pessoas correm desenfreadamente em busca de bens materiais e se esquecem que é Deus quem os dá. Quando fazemos um tour no Éden, é-nos apresentada a terra de Havilá ás margens do primeiro rio que era o “Pison”. A terra produzia ouro, bdélio e pedra de ônix. Sobre o ouro, dispensa-se falar, pois todos têm conhecimento do grande valor deste metal nobre; o bdélio, é uma resina transparente, macia e cheirosa, além de muito valorizada; a pedra de ônix, é uma espécie de mármore de alta resistência e altíssimo valor. Eram os minerais mais valorizados e raros até então descobertos pelo homem. Por aí nós vemos que Deus havia provido abundantes tesouros e riquezas em Seu jardim. O homem não precisou correr, correr e correr para construir e possuir esses tesouros. Quando Deus o colocou lá, eles já estavam. Deus é quem dá, provê e abençoa, conforme a Sua soberana vontade. O desejo de Deus é que o homem tivesse vida abundante. É assim que Ele faz, com o propósito da partilha, da ajuda mútua, da comunidade. Não do egoísmo, ganância, acúmulo, soberba, ostentação, etc.
A TP e a VP Não Devem Ser Confundidas
Embora, teoricamente, deve-se evitar a confusão entre a teologia e a visão. Conhecemos alguns que, ainda sem intenção, se confundem. O caso mais comum é de uma pessoa que não seja diretamente adepto da TP, ser portador de características dela. Essa pessoa pode até pregar contra a TP, mas suas atitudes demonstram o contrário. Pode ser involuntário, mas é praticado. Um exemplo disso é, quando a pessoa tem dificuldades em compartilhar ou, em sacrificar-se, para atender o necessitado. Malaquias 1:7,8 nos ensina algo interessante sobre o assunto que, apesar da narrativa se referir diretamente a Deus, podemos seguramente utilizar esse princípio para todos os casos de doações. No texto, os sacerdotes eram culpados de dar a Deus apenas as sobras no lugar das primícias e o melhor como a lei requeria (Lv 22:22). Ninguém se atrevia a dar um animal enfermo ou indigno a um governante. Porém era justamente o que os judeus estavam oferecendo a Deus. Ninguém deve oferecer uma oferta ou doação estragados a alguém, que seja impossível a utilização.
Nosso maior cuidado, portanto, deve ser o de evitar a visão (VP), por preconceito ou medo da teologia (TP). Pois, o problema não está na prosperidade, mas na teologia.
Principais Diferenças Entre a TP e a VP
A lista de comparações abaixo não é exaustiva:
TP promove o egocentrismo / VP promove misericórdia ao necessitado
TP olha para suas conquistas e admira o que conseguiu / VP olha para o céu (em gratidão) quando vê que conseguiu
Autor: Manuel Raposo
Bacharelando em Teologia pela Universidade Metodista de São Paulo
As opiniões do autor não expressam, necessariamente, as opiniões de outros autores ou Universidades.
segunda-feira, 20 de agosto de 2007
EDIR MACEDO CONSTRÓI MANSÃO EM CAMPOS
O projeto é um mix de estilos europeus devidamente tropicalizados. Os arquitetos mesclaram linhas normandas, típicas das construções de Campos do Jordão, com elementos neoclássicos e barrocos. O telhado pontiagudo eleva-se com molduras neoclássicas. As sacadas têm balaústres barrocos. Colunas gregas, de capitéis improváveis, ladeiam os portais da casa. Alguns tetos foram forrados com gesso, em que se destacam motivos florais. Outros foram enfeitados com detalhes de madeira. O piso das salas e das áreas de passagem dos andares superiores é de mármore botticino – 600 metros quadrados da pedra foram importados da Itália, a um custo estimado em 240.000 reais. No andar térreo e nas calçadas dos jardins optou-se por uma alternativa mais em conta: o granito brasileiro do tipo capão bonito. Como o terreno de 8.000 metros quadrados é muito acidentado, o acesso à rua se dá por duas passarelas suspensas. Juntos, esses pequenos viadutos têm 200 metros de extensão e atravessam o jardim do Monte das Oliveiras e se sobrepõem a um espelho-d'água. Um muro de 5 metros de altura resguarda a privacidade de Macedo. Ele foi recoberto com pedras-madeira de cor ocre, semelhantes às das ruínas de Jerusalém. O material foi transportado por vinte caminhões do Rio de Janeiro, onde é produzido, até Campos do Jordão.
O líder da Universal já era proprietário de um recanto em Campos do Jordão. Num terreno de 4.000 metros quadrados, contíguo ao da nova casa, há uma outra de quinze cômodos e seis suítes, adquirida por 600.000 dólares em 1996. Quando a construção terminar, a casa mais modesta será usada como ponto de apoio. Ela dispõe de academia de ginástica e de um heliponto, que, agora, está sendo ampliado. No momento, é mais usado por Ester, a mulher do bispo, que vai de helicóptero supervisionar a obra. Macedo aparece com menos freqüência. Por vezes, Ester tem a companhia do senador Marcelo Crivella, sobrinho e herdeiro do bispo. As visitas do casal Macedo são as únicas ocasiões em que os 180 operários das cinco empresas envolvidas na obra param de trabalhar. Só engenheiros e arquitetos podem continuar no local quando os proprietários estão lá. O bispo pressiona as empreiteiras a entregar a casa até o fim de julho, quando serão comemorados os trinta anos da Igreja Universal. Como o cronograma está atrasado, eles trabalham doze horas por dia de segunda a sábado. No aniversário da igreja, Macedo pretende abrir as portas do seu reino particular aos bispos mais próximos. Será uma celebração à riqueza material, que, de acordo com a teologia dessa corrente evangélica, é uma dádiva de Deus.
Fonte: Correa Neto
segunda-feira, 23 de julho de 2007
ESTAMOS SENDO HIPNOTIZADOS?
A sutileza com que estão querendo nos levar a "mudanças" de pensamentos e opiniões a fim de aceitarmos, impositivamente, valores que sempre foram e (afirmo sem medo de errar) sempre serão naturalmente indesejáveis pela sociedade, é de um descaramento imensurável. Estão querendo deixar a população em um estado tal de passividade, quebrando assim, toda a capacidade intelectual e resistência psicológica, colocando todo o povo em uma atitude de obediência servil.
Até agora acreditamos que, principalmente a partir da Constituição de 88, vivemos em um Estado de Direito, que foi uma grande conquista da democracia e que protege os nossos direitos fundamentais como, políticos, sociais, econômicos, de expressão, de consciência, de culto religioso, além de proteger o povo da tirania de grupos minoritários e liberticidas, utilizando-se dos meios de comunicação e de movimentos com o propósito de articular novos regulamentos federais, deixando o povo refém de leis contraditórias em relação ao pensamento geral. Exemplos recentes de movimentos assim são os desarmamentistas e gayzistas. Regulamentos como por exemplo, a mais absurda das leis em tramitação, a chamada "Lei da Homofobia", com propósitos que colocam virtualmente a grande maioria dos brasileiros fora da lei. Essa contraditoriedade legalista fabricada artesanalmente, futuramente perseguirá toda e qualquer oposição, mesmo individual e isolada, ainda que puramente verbal e teórica. Essa articulação didática da ilegalidade cínica, promove o legalismo opressivo, planejada para inculcar no povo, pelo jogo hipnótico da estimulação contraditória. Isso nos leva a observar acreditando que o Estado de Direito conquistado por aqueles que tem compromisso com o respeito, com os valores morais e com a ética, está se transformando, diante dos nossos bigodes, na construção de um poder totalitário por vias sutis da dominação psicológica, prá não dizer "diabólica". A exemplo dessa afirmação, casos já ocorridos demonstram o que nos aguarda num futuro bem próximo: o juiz processado por tentar proteger menores de dezoito anos, contra a visão de indecências que não escassearam na Parada Gay; o pastor perseguido por fazer o que a Bíblia manda, entre outros (veja o video do ocorrido em Campina Grande-PB):
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM692002-7823-POLEMICA+EM+OUTDOORS+DE+CAMPINA+GRANDE,00.html ).
Em toda essa situação caótica onde estão comprometidos, principalmente, os valores morais e da família, me questiono até onde, como igreja, não estamos sendo passivos e aceitamos sem dificuldade tudo iosso, em nome do respeito e do não-preconceito. Contudo é necessários agirmos com grande sabedoria ao pregar a Palavra de Deus, no enfrentamento de questões que ameaçam a instituição familiar e a ética. Sabedoria para não sermos homofóbicos ou violentos, mas não deixando de falar a verdade da Palavra de Deus.
O pastor evangélico Édino Fonseca, em seu primeiro mandato como Deputado estadual no Rio de Janeiro pelo PSC, acha que o estado deve financiar ''tratamento'' para gays e lésbicas que queiram mudar sua opção sexual. Confira as justificativas do deputado para o que pode se tornar em breve a primeira lei homofóbica do Brasil.
ÉPOCA - Como seria feito esse tratamento?
Édino Fonseca - Sou pastor evangélico da Assembléia de Deus e como freqüentador de templos religiosos observei muitos homossexuais procurando ajuda. Não só devido ao peso de consciência pelos pecados praticados, mas querendo deixar a homossexualidade. Na Igreja, a alma dessas pessoas é tratada, mas o problema delas está no psiquê (sic). Elas precisam de tratamento psicológico. Nesse caso, para quem tem dinheiro, é só pagar, mas o pobre não tem como resolver o problema e é dever do estado ajudar a todas as pessoas.
ÉPOCA - O heterossexual que sofre por desejar ser homo não teria esse mesmo direito?
Fonseca - Essas pessoas não vivem em crise porque não há mais nenhum tipo de repressão, a sociedade já os aceita plenamente. Existe uma série de projetos para proteger a entrada na homossexualidade e nenhum tipo de ajuda para quem quer sair.
ÉPOCA -Dentro da Igreja Evangélica, gays e lésbicas são vistos como pessoas que não estão seguindo a orientação que deveriam, não é verdade?
Fonseca - Sim, claro. Dentro da Igreja Evangélica existe a crença
de que todo tipo de amor que não seja entre homem e mulher está fora da normalidade.
ÉPOCA -Então aqueles que freqüentam essa Igreja sofrem pressão.
Fonseca - Aí eu não posso falar, eu não trabalho com homossexuais.
Se eles vão à Igreja é para serem tratados como as outras pessoas, claro que também não podem ter comportamento diferenciado.
ÉPOCA - O projeto do senhor não está discriminando essas pessoas? Fonseca - Eu não sou contra que outros deputados façam desse jeito. Eu não fiz porque não conheço pessoas que vivam angustiadas porque querem ser homossexuais.
ÉPOCA - Mas elas existem, deputado.
Fonseca - Mas eu não conheço. Se conhecesse, procuraria ajudar. Não é hipocrisia, eu não posso fazer aquilo que não sei. Olha, sei que essa comparação não pode ser feita, mas você vai entender a lógica dela.
Hoje tem muita propaganda incentivando o consumo do álcool, mas o estado dá ajuda a quem quer deixar o alcoolismo. Para o fumante...
ÉPOCA - Deputado, mas aí a comparação realmente não vale, porque o alcoolismo...
Fonseca - Eu sei que não pode comparar o homossexual com o ependente de álcool. O que estou querendo dizer é que para a homossexualidade hoje existe todo tipo de promoção, mas não há nenhuma ajuda para quem quer sair dela.
ÉPOCA - Quando uma pessoa é tratada para sair de uma condição e entrar em outra, não se estaria pressupondo que a primeira condição é um estado tratável, uma doença?
Fonseca - Não. Quem escreve isso não entende nada de medicina. Médico não é para tratar de doença, é para que as pessoas não fiquem doentes. O problema aqui é psicológico e a psicologia é para tratar doentes e pessoas em estado de crise. Agora, se o homossexual não achar que tem um problema, ele não precisa procurar o atendimento.
ÉPOCA - E para os menores de idade?
Fonseca - Para menor de idade existe o pátrio poder, os pais decidem.
ÉPOCA - O senhor não acha isso perigoso?
Fonseca - Também é perigoso não ter controle sobre os filhos, de repente ele aparece com um comportamento diferente do que você planejou para sua família. Essa criança pode estar sofrendo influência de um professor, pode estar pegando o hábito e, quando os pais detectam, a coisa já está longe.
ÉPOCA - Um professor homossexual exerce necessariamente influência
negativa sobre os alunos?
Fonseca - Depende da família dessa criança, eu não posso dizer pelos pais. Não sou Deus e nem ele interfere no livre arbítrio.
ÉPOCA - Se nem o senhor quer interferir na orientação dos menores, como pode o estado orientar sexualmente as pessoas?
Fonseca - Por isso que meu projeto visa os voluntários. Agora, se o pai da criança achar que é correto, é correto, é a lei.
ÉPOCA - Como está a aceitação do projeto na assembléia?
Fonseca - Acho que deve passar no plenário sem problemas. A maior arte dos deputados entende que ele não tem nada de mais. Eu, sinceramente, fico surpreso do meu projeto dar tanta polêmica.
Minha Conclusão
Como pregadores da Palavra de Deus (porque todo cristão deve ser um pregador da Palavra de Deus), temos um grande desafio: transformar o mundo. A transformação do mundo, ocorre a partir de cada um de nós. É necessário haver grande firmeza de convicção quando se trata de crer naquilo que a Palavra de Deus afirma. É necessário que nossa fé esteja firmada na rocha e não na areia do engano social e no equívoco dos que pregam que discordar de um determinado estilo de vida ou opção sexual, seja preconceito ou possa instigar a violência. Digo isso, porque observo um clima de passividade já instalado na igreja (pessoas), em relação a assuntos discutidos hoje na sociedade, se bem que assuntos como o homossexualismo não são discutidos e sim impostos pela grande mídia, ridicularizando e perseguindo aqueles que se mostram contrários a essa prática. Mas a Palavra de Deus não dá outra opção além de crer ou não crer naquilo que ela afirma. Essa liberdade dada pela Palavra de Deus, de escolhermos se queremos ou não acreditar, demonstra o grande amor e misericórdia de Deus pelo ser humano. Deus não nos impõe nada, não nos obriga a nada. Ele estabelece leis e preceitos em Sua Palavra visando o bem estar e a vida integral do ser humano. As pessoas são que escolhem o que querem seguir ou praticar. Qualquer das escolhas, obviamente, gerará resultados. Quais serão eles, depende unicamente de cada indivíduo. O que devemos evitar, é sermos dominados pela passividade que permeia parte da sociedade, fazendo-a aceitar com naturalidade acontecimentos que nada tem a ver com a natureza, ou seja, relacionamentos sexuais entre pessoas de mesmo sexo.
Autor: Manuel Raposo
Bacharelando em Teologia pela Universidade Metodista de São Paulo
*Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT861397-1655,00.html
terça-feira, 29 de maio de 2007
Os Horizontes Econômicos e Políticos Afetam a Vida Cristã?
A Expansão do Cristianismo e a Missão dos Crentes
Que tal atualizarmos a nossa maneira de fazer missões?
Nos últimos dois séculos, ocorreram enormes mudanças e grandes transformações sociais, de proporções mundiais, como nunca ocorreu em toda a história da humanidade. O ritmo dessas mudanças alcançaram um nível alucinante. As novas descobertas tecnológicas na indústria deram o ponta pé inicial, para produzir a necessidade de outras novas descobertas, como na área da informática, das comunicações, das viagens espaciais e da manipulação genética.
Esse avanço da ciência não deixa de ser um grande desafio à fé, pois oferece explicações para fenômenos que, outrora, eram encarados como mistérios divinos. Com todo esse progresso, os horizontes econômicos e políticos sofreram igualmente alterações radicais. O imperialismo das nações européias e dos Estados Unidos, as guerras mundiais, a ascensão e desmantelamento do comunismo, o processo de descolonização, a globalização, a crise ambiental e os conflitos sociais e religiosos, entre outros eventos e processos, afetaram e afetam a forma como os cristãos põem em prática e compreendem sua missão. O ambiente gerado pela atmosfera cultural, pelos movimentos sociais a caminho de conquistas econômicas nos diversos segmentos da sociedade, faz com que a Igreja, obrigatoriamente, não permaneça onde está ou conserve as formas de desempenho que antes geravam grandes resultados. A Igreja não deve desempenhar um papel apenas organizacional, e sim de um organismo vivo, que se movimenta em busca de mudanças, tanto individuais (nos membros da comunidade), como familiares e até sociais.
Conclusão
A sociedade sofre transformações, como já mencionado, mas necessita de que "alguém", como a Igreja, trabalhe no sentido de aparar as arestas deixadas por essas transformações. A Igreja é que dará o equilíbrio para o progresso; o sentido para as conquistas; o aroma para as flores colhidas numa sociedade mais justa. Sem a participação da Igreja, a evolução do ser humano perde o rumo em direção à fé.
Portanto, se, como cidadãos, mas, acima de tudo, cristãos, ficarmos atentos aos horizontes econômicos e políticos que se formam no decorrer dos acontecimentos, saberemos como lidar com cada situação formada e vencermos todas as dificuldades impostas por um mundo que corre com um dinamismo gritante. Assim, a Igreja, sem alienação, saberá enfrentar e equipar os novatos na fé, ensinando-os a viver com sabedoria e inteligência nessa sociedade, sem abandonar a fé.
Autor: Manuel Raposo
Bacharelando em Teologia pela Universidade Metodista de São Paulo
Matéria adaptada do estudo "As Igrejas na Sociedade Contemporânea" do prof. José Carlos de Souza.
sábado, 26 de maio de 2007
Sobre Projeto de Lei Contra Discriminação Homossexual Tramitando no Senado
Publicado em 03.04.2007
O projeto de lei que tipifica como crime a discriminação contra os homossexuais começou a ser discutido, na última quinta-feira (29/03), pelo grupo de trabalho criado pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado. A proposta foi aprovada na Câmara dos Deputados em novembro do ano passado, sob a forma do Projeto de Lei (PL) 5003/01, e atualmente tramita no Senado como Projeto de Lei Complementar (PLC) 122/06.
A polêmica em torno dessa matéria reflete-se nos próprios integrantes do grupo de trabalho, composto tanto por parlamentares que apóiam o projeto como por outros que são contrários na iniciativa. A senadora Fátima Cleide (PT-RO), por exemplo, coordena o grupo e defende a aprovação da proposta. Já o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), que também integra o grupo e é evangélico, faz várias críticas a iniciativa, embora ressalte que respeita os homossexuais.
Em reunião na última quarta-feira (28/03), a primeira após a instalação do grupo de trabalho, o deputado federal e pastor evangélico Henrique Afonso (PT-AC) expôs argumentos semelhantes aos apresentados por Crivella. O deputado declarou que "é evidente que temos de criminalizar o preconceito", mas questionou como será tratada "a liberdade de uma pessoa que professa sua religiosidade e não concebe essa prática [homossexual] a partir de seus valores".
"Se o projeto for aprovado no Senado, vamos ter de proibir o uso da Bíblia", disse Afonso, reiterando que, apesar de ser contra a discriminação contra os homossexuais, defende a "idéia da família composta por um homem, uma mulher e seus filhos".
Ao responder ao deputado, Caio Varela, assessor da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros, frisou que "este não é um debate no qual se opõem evangélicos e homossexuais, inclusive porque estes últimos também vão à igreja". Ele afirmou que a proposta em tramitação no Senado "trata, na verdade, da discriminação que leva uma pessoa a ser assassinada, a ser excluída de uma escola ou de um emprego".
Varela argumentou que o objetivo de seus associados não é obter privilégios, mas garantir direitos. E destacou ainda que o posicionamento contra a discriminação dos homossexuais, tanto da Igreja Católica como da Evangélica, representa "um avanço fabuloso". De acordo com ele, existem no Brasil aproximadamente 18 milhões de homossexuais.
Fé e Razão
O padre Cláudio Antônio Delfino, o qual representou a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) na reunião, foi outro que reprovou qualquer forma de preconceito contra os homossexuais. Mas também disse que, para a Igreja Católica, "o ato enquanto tal [de um relacionamento entre pessoas do mesmo sexo] causa uma desordem na natureza".
Delfino declarou ainda que a Igreja Católica também é discriminada quando se posiciona sobre o assunto, "como se defendesse um dogmatismo religioso irracional". "Mas a verdadeira fé e a verdadeira racionalidade não se contradizem", argumentou Delfino.
Já o senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC), defensor do projeto de lei, afirmou que nem sempre encara a igreja como instituição que age conforme a pregação de Jesus Cristo. Ele ressaltou que a Igreja Católica "já levou à fogueira quem afirmava que a Terra não era o centro do universo" (citando o caso de Giordano Bruno).
"Por outro lado, a Igreja Católica conquistou o meu respeito por criar a Pastoral da Criança e a Pastoral da Terra", declarou o senador, acrescentando que "ficaria feliz se a instituição criasse uma Pastoral dos Homossexuais".
Também participaram da reunião Ivair Augusto dos Santos, assessor especial da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos, vinculada à Presidência da República; e Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros (ABGLT).
Fonte: Agência Senado, 01/04/2007
domingo, 29 de abril de 2007
A IGREJA E SEU PAPEL SOCIAL II - Qual o Perfil que Queremos Para Nossas Igrejas?
Tenho consciência de que o assunto "Igreja" é por demais extenso para tratarmos aqui. Não é minha intenção apresentar de maneira exaustiva o tema. Permita-me compartilhar com você apenas uma simples, mas importante, abordagem sobre o perfil que queremos para nossas igrejas. Igreja, visto pelo prisma de povo, pessoas ou, seres sociais.
Pois bem, a Igreja, como a própria palavra já diz, significa união de pessoas ou, grupo de seguidores de Cristo que se reúnem em determinado lugar para adorar a Deus, receber ensinamentos, evangelizar e ajudar uns aos outros. O termo aparece cerca de 75 vezes, e apenas no novo testamento. Bom, estamos falando aqui, então, de pessoas, de povo, de grupo. Ou seja, estamos falando de pessoas que se unem com propósitos comuns, dos quais poderíamos destacar como um dos principais a evangelização. Evangelizar é inserir-se na sociedade com dons e talentos e usá-los como ferramenta de transformação social, através do anúncio de novas e boas notícias. Não estou me referindo a técnicas de como se abordar pessoas para lhes falar das passagens bíblicas. Veja que estar inserido em uma sociedade, é muito mais que isso. Refiro-me a estarmos de fato, como igreja, vivendo e convivendo numa sociedade injusta, corrupta, frágil e pecaminosa, em suma: uma sociedade em crise. Nela, temos o papel de sermos representantes de um reino poderoso e perfeito. De forma que, temos uma grande responsabilidade em nossas mãos: transformar o mundo (Rm 12:1,2), assim como promover o seu progresso. Você já se imaginou representante de um reino poderoso e justo? Se já, poderíamos então, contribuir para implantar esse reino (ou parte dele) aqui, enquanto aqui vivermos, e, assim alcançarmos o nosso propósito [da igreja].
Contudo, é necessário entendermos que, para influenciarmos o progresso da sociedade, precisamos estar no nível de conhecimento exigido por ela. Não adianta nos preocuparmos apenas com nossa vida moral, espiritual e como organizamos as visões de nossas igrejas, sem considerarmos nossas capacitações intelectuais, culturais, ideológicas e sociais. Tomamos como exemplo o seguinte: Se nos interessamos pela sociedade indígena, com o propósito de evangelizá-los, nos inserimos no meio deles e convivemos com eles, através de pessoas capacitadas que conhecemos como missionários de campo. Aprendemos seus costumes e modo de viver. Com o tempo suas particularidades já fazem parte de nossos hábitos. Como permanecem em nós os princípios cristãos, passamos então a influenciá-los. Da mesma forma, necessitamos de preparo para enfrentarmos as dificuldades de evangelizarmos a cidade, as grandes metrópoles em que habitamos. A vida urbana exige, cobra, sobrecarrega. Tudo isso para vencer as dificuldades impostas por ela. Mas nós precisamos cristianizar a sociedade, caso contrário, a exigência natural da sociedade urbana e do mundo, se implantará na Igreja.
À Igreja, é necessário preparar-se para transformar o mundo, evitando assim que este a transforme.
Se a sociedade exige a utilização das novas tecnologias, então precisamos aprender a dominá-las; se o mundo cobra o conhecimento, em função da velocidade e voracidade das informações, a Igreja deve evitar ficar somente em si mesma e voltar-se à realidade social que lhe rodeia; se a vida urbana sobrecarrega com seu dinamismo, a Igreja, por sua vez, deve sentir o leve fardo do Senhor, através de um melhor preparo à frente de discussões gritantes hoje, discussões essas, necessárias para aliviar o sofrimento dos nossos semelhantes menos "privilegiados".
Em muitas de minhas mensagens, tenho enfatizado a importância de incentivarmos nossos irmãos a continuar seus estudos, a retomarem seus projetos profissionais, não apenas para conseguirem bons empregos ou status social, mas para se conseguir penetrar a realidade social de hoje, e usar tudo isso para a conquista de almas para o Reino de Deus. Os cristãos têm uma espécie de "convocação" natural para ocuparem as melhores posições na sociedade, mas, mui raramente atendem essa convocação. Mas afirmo ser por demais necessário, pois o nível de corrupção tem aumentado assustadoramente no Brasil, trazendo grande sentimento de insegurança nas pessoas. Até magistrados têm se envolvido em falcatruas!
Observo alguns casos, na comunidade cristã de hoje, de pessoas que estão, lamentavelmente, desanimadas, deprimidas e com sentimento de desalento e derrota. Em suma, estão em crise. Por quê? Porque o mundo está em crise e tem aberto sua bocarra e engolido aqueles que se entregaram e não mais lutam para melhorar, caindo atrás de um véu de religiosidade e falsa espiritualidade, dizendo: "é Deus que quer assim" ou, "essa é a vontade de Deus", quando não se utilizam de versículos bíblicos isolados para justificar de forma espúria suas mazelas.
Mente transformada, sociedade transformada. Essa afirmação bíblica é princípio para todos os casos em que se busca a mudança. Quando se modifica uma situação, outras novas, obrigatoriamente, ocorrem em seguida. Observe os dados no gráfico abaixo, muito interessantes levantados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), órgão oficial do governo. (Obs.: Para ver o gráfico com melhor nitidez, clique em cima dele)
Quando se cruzam dados de escolaridade com os de salário, colhidos na última pesquisa por amostra de domicílios pelo IBGE, é possível verificar que o maior salto de renda se dá entre o ensino médio e o superior. Mas a diferença de salário é significativa em qualquer que seja o nível de ensino em que o brasileiro pára de estudar.
Uma igreja que tem seus membros ocupando boas posições na sociedade, esses oferecem, sem dúvida, melhores condições missionárias para a comunidade onde freqüentam. Considerando uma situação normal de seleção e recrutamento no mercado de trabalho, no mundo capitalista em que vivemos, para que as pessoas conquistem tais posições, são impostos alguns requisitos, dos quais, o mais importante é o grau de escolaridade.
Qual a igreja que esperamos estabelecer onde vivemos? Ou, qual o perfil social que esperamos dos membros das igrejas locais, enquanto cidadãos atuantes na sociedade em que vivemos?
Autor: Manuel Raposo
Bacharelando em Teologia pela Universidade Metodista de São Paulo
sexta-feira, 20 de abril de 2007
EDUCAÇÃO CRISTÃ: A SOLUÇÃO PARA O BRASIL
Por isso, precisamos estabelecer as bases que servirão de sustentação para o desenvolvimento nacional. Essas bases devem ser construídas pela educação, pois ela é a alavanca do desenvolvimento. A educação é a melhor forma e de resultados mais concretos, para transformação da sociedade.
Por que não começamos pelas nossas próprias comunidades de fé? Afinal, a Bíblia nos ensina que, um dos principais papéis da Igreja, é a transformação do mundo (Romanos 12:1,2). Em outras postagens tratarei desse assunto mais especificamente, para que possamos ver os grandes valores e importância de uma sociedade embasada na Educação.
Nesta postagem, atenho-me a escrever apenas sobre o conceito básico da Educação Por Princípios, como fundamento facilitador da implantação de uma educação transformadora.
O QUE É EDUCAÇÃO POR PRINCÍPIOS
Entendemos educação em seu sentido amplo como o processo de transmitir à próxima geração conhecimento e valores que a capacitem a uma participação construtiva na sociedade. Educar uma criança é trabalhar em um projeto de vida, o que compete primordiamente aos pais, como responsáveis diretos pelos resultados.
Conforme apresentada por Rosalie J. Slater (The Principle Approach - F.A.C.E. - Fundation for American Christian Education, EUA), que definiu e estruturou essa abordagem, Educação por Princípios é "um método cristão histórico de raciocínio bíblico, que faz das verdades da Palavra de Deus a base de cada assunto no currículo escolar".
Baseia-se na aplicação de quatro passos: Pesquisar, Raciocinar, Relacionar e Registrar, para promover o raciocínio com padrões cristãos e a expansão do entendimento".
O sistema educacional baseado na Educação por Princípios integraliza filosofia (o porquê), currículo (o quê) e metodologia (o como) cristãs.
EDUCAÇÃO POR PRINCIPIOS
A Educação por Princípios é uma maneira de ensinar e aprender que coloca a Palavra de Deus no coração de cada matéria e ensina o aluno como pensar e aprender. É um método de educação que libera o potencial do indivíduo, forma o caráter cristão, constrói uma erudição baseada numa cosmovisão cristã e habilita líderes servidores.
Principais diferenciais:
. O processo de ensino e aprendizagem envolve: pesquisa, raciocínio, relacionamento, registro/ aplicação;
. Caderno de Anotações como instrumento para registro e domínio da aprendizagem pessoal;
. Abordagem tutorial que identifica o estilo de aprendizagem de cada aluno;
. Princípios de caráter cristão permeiam todo o processo de ensino e aprendizagem;
. Perspectiva providencial da História;
. Participação integrada da família.
FUNDAMENTO ESSENCIAL PARA UMA NAÇÃO CRISTÃ
Se queremos construir uma nação cristã livre precisamos estabelecer fundamentos bíblicos para a Educação, Governo, Economia e Política. O princípio de semeadura e colheita se aplica para implantarmos a Verdade de Deus nas nações. É num processo gradual, através da Educação Cristã, que as sementes são plantadas e cuidadas, para produzir frutos em todos os aspectos da vida: pessoal, social, político e econômico.
Esta tarefa envolve família, igreja e escola cristã comprometidas na educação de uma geração que esteja preparada e habilitada para aplicar princípios bíblicos em todas as áreas da vida.
Apesar dos últimos resultados (ou em função deles) de avaliações da educação brasileira, vivemos um momento no Brasil em que a educação é reconhecida como prioridade nacional.
Neste contexto, a educação é uma questão estratégica tanto no estabelecimento do Reino de Deus, quanto no desenvolvimento de nossa nação.
É nosso dever como cristãos oferecer a esta geração e às próximas, uma educação escolar de qualidade, fundamentada em princípios bíblicos, preparando-os para cumprir o propósito de Deus e exercer responsavelmente suas vocações na sociedade.
Manuel Raposo
Esta post foi adaptada da matéria de: http://www.aecep.org.br/institucional/institucional_principios.asp acessaado em 21 de abril de 2007.
quarta-feira, 18 de abril de 2007
Na Lógica da Sociedade Moderna, o Apóstolo Paulo foi Derrotado
Carta Resposta ao Sr. Apóstolo Paulo:
Ao Reverendo Paulo, ex-Saulo Missionário Independente, Roma, Itália.
Caro Sr. Paulo: Recebemos recentemente seu currículo, exemplares de seus livros e o pedido para ser sustentado pela nossa Junta como missionário na Espanha.
Adotamos a política da franqueza com todos os candidatos.
Fizemos uma pesquisa exaustiva no seu caso.
Para ser bem claro, estamos surpresos que o senhor tenha conseguido até aqui "passar" como missionário independente.
Soubemos que sofre de uma deficiência visual que, algumas vezes, o incapacita até para escrever. Essa certamente é uma deficiência grande para qualquer pessoa.
Nossa denominação requer que o candidato tenha boa visão, ou que possa usar lentes corretoras.
Em Antioquia, o senhor provocou um entrevero com Simão Pedro, um pastor muito estimado na cidade, chegando a repreendê-lo em público. O senhor provocou tantos problemas que foi necessário convocar uma reunião especial da Junta de Apóstolos e Presbíteros em Jerusalém. Não podemos apoiar esse tipo de atitude.
Acha que é adequado para um missionário trabalhar meio período em uma atividade secular? Soubemos que fabrica tendas para complementar seu sustento. Em sua carta à Igreja de Filipos, o senhor admite que aquela é a única igreja que lhe dá algum suporte financeiro.
Não entendemos porquê, já que serviu a tantas igrejas.
É verdade que steve preso diversas vezes? Alguns irmãos nos disseram que passou dois anos na cadeia em Cesaréia e que tambe´m esteve preso em Roma, e em outros lugares.
Não achamos adequado que um missionário de nosso Conselho tenha folha corrida na polícia.
O senhor causou tantos problemas para os artesãos em Éfeso que eles o chamavam de "o homem que virou o mundo de cabeça para baixo".
Sensacionalismo é totalmente desnecessário em Missões. Deploramos, também, o vergonhoso episódio de fugir de Damasco escondido em um grande cesto.
Estamos admirados em ver sua falta de atitude conciliatória. Os homens elegantes e que sabem contemporizar não são apedrejados ou arrastados para fora dos portões da cidade, tampouco são atacados por multidões enfurecidas.
Alguma vez parou para pensar que palavras mais amenas poderiam ganhar mais ouvintes? Remeto-lhe um exemplar do excelente livro "Como Ganhar os Judeus e Influenciar os Gentios" de Dálio Carnego. Em uma das suas cartas, o senhor referencia a si mesmo como "Paulo, o velho".
As normas de nossa Missão não permitem a contratação de missionários além de uma certa idade.
Percebemos que é dado a fantasias e visões. Em Trôade, viu "um homem da Macedônia" e em outra ocasião diz que "foi levado até o terceiro céu e que ouviu palavras inefáveis". Afirma ainda que viu o Senhor e que ele o confortou.
Achamos que a obra de evangelização mundial requer pessoas mais realistas e de mente mais prática.
Em toda a parte por onde andou, o senhor provocou muitos problemas. Em Jerusalém, entrou em conflito com os líderes do seu próprio povo, como pode querer servir no exterior? Dizem que tem o poder de manipular serpentes. Na ilha de Malta, ao apanhar lenha, uma víbora se enroscou no seu braço, picou-o, mas nada lhe ocorreu.
Isso soa muito estranho para nós.
O senhor admite que enquanto estiveram presos em Roma, "todos o esqueceram". Os homens bons nunca são esquecidos pelos seus amigos. Três excelentes irmãos, Diótrefes, Demas e Alexandre, o latoeiro, disseram-nos que acharam impossível trabalhar com o senhor e com seus planos mirabolantes. Soubemos que teve uma discussão amarga com um colega missionário chamado Barnabé e que acabaram encerrando uma longa parceria.
Palavras duras não ajudam em nada a expansão da obra de Deus.
O Senhor perde muito tempo falando sobre a Segunda vinda de Cristo. Suas duas cartas à Igreja de Tessalônica são quase totalmente devotada a esse tema.
Em nossas igrejas, raramente falamos sobre esse assunto, que consideramos de menor importância.
Analisando friamente seu ministério, vemos que é errático e de pouca duração em cada lugar. Primeiro, a Síria, depois, Chipre, vastas regiões da Turquia, Macedônia, Grécia, Itália, e agora o senhor fala em ir à Espanha. Achamos que a concentração é mais importante do que a dissipação dos esforços. Não se pode querer abraçar o mundo inteiro sozinho.
Em um sermão recente, o senhor disse "longe de mim gloriar-me, a não ser na cruz de Cristo". Achamos justo que possamos nos gloriar na história da nossa denominação, no nosso orçamento unificado, no nosso Plano Cooperativo e nos esforços para criarmos a Federação Mundial das Igrejas. Seus sermões são muito longos. Em certa ocasião, um rapaz que estava sentado em um lugar alto, adormeceu após ouvi-lo por várias horas, caiu e quase quebrou o pescoço. Já está provado que as pessoas perdem a capacidade de concentração após trinta ou quarenta minutos, no máximo.
Nossa recomnedação aos nossos missionários é: "Levante-se, fale por trinta minutos, e feche a boca em seguida".
O Dr. Lucas nos informou que o senhor é um homem de estatura baixa, calvo, de aparência desprezível, de saúde frágil e que está sempre agitado, preocupado com as igrejas e que nem consegue dormir direito à noite. Ele nos disse que o senhor costuma levantar durante a madrugada para orar. Achamos que o ideal para um missionário é ter uma mente saudável em um corpo robusto. Uma boa noite de sono também é indispensável para garantir a disposição no trabalho no dia seguinte.
Preferimos enviar somente homens casados aos campos missionários. Não copreendemos nem aceitamos sua decisão de ser um celibatário permanente. Soubemos que Elimas, o Mágico, abriu uma agência matrimonial para pessoas cristãs aí em Roma e que tem nomes de excelentes mulheres solteiras e viúvas no cadastro. Talvez o senhor devesse procurá-lo.
Recentemente, o senhor escreveu a Timóteo dizendo que "lutou o bom cambate". Dificilmente pode-se dizer que a luta seja algo recomendável a um missionério. Nenhuma luta é boa. Jesus veio, não para trazer a espada, mas a paz. O senhor diz: "lutei contra as bestas feras em Éfeso". Que raios quer dizer com esta expressão?
Pesa-me muito dizer isto, irmão Paulo, mas em meus vinte e cinco anos de experiência, nunca encontrei um homem tão oposto às qualificações desejadas pelo nosso conselho de Missões.
Se o aceitássemos, estaríamos quebrando todas as regras da prática missionária moderna.
Atenciosamente,
A. Q. Cabeçadura
Secretário do Conselho de Missões
Fonte: Site www.eucreio.com (por autor anônimo)
domingo, 15 de abril de 2007
CRIVELLA FALA BOBAGEM
Fonte: Profeta Urbano (31/março/2007)
SERÁ QUE FIDEL CASTRO AINDA ESTÁ VIVO...?
“Qual o país mais próximo do inferno?”
- “Cuba”.
- “Não, o Haiti. Cuba é
o inferno”
(Humor cubano)
Fidel Castro está clinicamente morto. Considerado o mais velho tirano da América Latina, desde julho de 2001 (há mais de cinco anos, portanto) quando, durante um dos seus enfadonhos discursos, teve breve desmaio, boa parte do mundo desconfiou que ele estava indo pro beleléu. Em outubro de 2004, durante ato público na província de Santa Clara, depois de desabar de um estrado diante de câmeras de televisão, Fidel fraturou perna e braço passando a se locomover em cadeiras de rodas.
No final de 2005, especialista da agência americana de inteligência, CIA, ao examinar inúmeras imagens de Fidel disse que ele sofria do mal de Parkinson, doença degenerescente cuja característica externa é o tremor de mãos. Para contestar a CIA, fingindo indignação, o tirano fez o que mais gostava: mentir. Assim, numa aula inaugural da Universidade de Havana, acusou o imperialismo ianque de querer matá-lo antes do tempo: “Eu me sinto melhor do que nunca!”
Não era bem assim e a CIA tinha razão: em meados de 2006, depois de participar de reunião do Mercosul em Córdoba, Argentina, Fidel anunciou que ia fazer cirurgia para estancar uma hemorragia no intestino, em conseqüência do “stress” da viagem. Como previsto, Castro, em 31 de julho, passou o reinado ao irmão (alcoólatra) Raúl e não mais apareceu em público. Ou melhor: fez duas aparições na TV, em outubro, uma delas, já esquálido, ao lado do herdeiro Hugo Chávez.
A camarilha do PC cubano, alegando “recomendação médica”, adiou para 2 de dezembro as comemorações dos seus 80 anos (e os 50 anos da chegada do iate Granma a Cuba), que deveria ser festejado a 13 de agosto, data em que Fidel nasceu. Ainda assim, ele não compareceu às solenidades anunciadas. E também não compareceu, em Havana, à Cúpula do Movimento dos Países Não-alinhados, um aríete ideológico usado para atacar, desde sempre, os EUA.
Como em geral ocorre com todo egocrata comunista, o entorno do poder tratou de esconder a verdade: Fidel está “clinicamente morto” desde quarta-feira, 20, dez dias após a morte de outro ditador, mais brando, o General Pinochet. Antes, o jornal britânico The Independent, publicou que ele sofria de câncer terminal (tumor no estomago) e não emplacaria o Natal (acertou na mosca). Em seguida, um agente da CIA, John Negroponte, garantiu que sua morte era questão de mês. Por sua vez, o noticiário informava que Chávez tinha recebido carta de Fidel felicitando-o pela reeleição – coisa, no entanto, feita em papel datilografado e não por manuscrito, como habitualmente fazia o tirano.
No entremeio, em entrevista concedida ao Los Angeles Times, Alina Revuelta, filha de Fidel residente nos EUA junto a dois milhões de exilados cubanos, declarou que ele viveu os dias de pré-agonia orando com fervor ao lado de padres jesuítas. Castro teria participado de sessões de magia negra, trazendo do Haiti um feiticeiro do “vodu”, culto parecido com o nosso conhecidíssimo candomblé. De fato, “El Caballo” não queria entregar os pontos.
Por que a camarilha do PC cubano esconde a morte clínica de Castro? Por dois motivos: primeiro, por não saber precisamente o que fazer, visto que facções dentro do governo se dividem entre abrir um pouco ou fechar ainda mais o regime policial vigente. Na prática, a ilha nunca esteve tão controlada com exército, agentes da DGI (Dirécion General de Inteligência) e a polícia fechando o cerco sobre a população que, há décadas, mantém culto obrigatório ao Deus-tirano. Como agirá o povo de Cuba depois de anunciada oficialmente a morte de Castro? Ficará inerte? Irá se insurgir? A ilha-cárcere vai tolerar mais décadas de fome e miséria? (Em particular, desconfio que sim).
O segundo motivo diz respeito à própria vontade do ditador. Antes da morte clínica, Fidel teria recomendado ao irmão Raúl e círculos do poder que mantivessem sua imagem ligada ao mito de El Cid, o Campeador, cavaleiro espanhol que ganhou batalha depois de morto e com o qual desejava ser identificado. A idéia básica é sustentar que “El Comandante vuelta”. E o esquema armado pelo tirano funciona bem: conseguiu até lograr uma delegação parlamentar (democrata) americana que saiu de Cuba sem vê-lo, certa de que o morto-vivo vai reassumir o seu papel de Líder Máximo.
Em Recordações da Casa dos Mortos, Dostoievski, o escritor que mergulhou nos recônditos da alma humana, sagrou em letra de forma que a tirania - o ato de governar pela opressão - é um hábito: “Ela tem a propriedade de se desenvolver, e se dilata a tal ponto que acaba virando doença”. Fidel Castro, basta examinar, foi o exemplo perfeito do doente sanguinário que, no propósito de “salvar” Cuba da “exploração ianque”, levou o povo cubano ao espaço contínuo da fome, repressão e horror, mantendo-se no poder pelo jugo sinistro dos expurgos, fuzilamentos em massa e prisões nos campos de concentração. Ele foi o responsável direto pelo desaparecimento, tortura e morte de mais de 50 mil pessoas, como registra, inquestionável, o Livro Negro do Comunismo, de Stéphane Courtois (Bertrand do Brasil, Rio, 1999).
Devo acrescentar ainda que não escrevo por ouvir dizer. Estive duas vezes na ilha-cárcere e vi de perto como funciona o regime totalitário articulado pela vontade de Castro e o aparato ideológico do Partido Comunista, impondo às massas uma vida de indigência, em que o mínimo - por exemplo, o simples direito de ir e vir - é tido como crime hediondo.
Para Fidel Castro, o tirano, só um milagre. Que a terra lhe seja pesada.
PS – Este artigo deveria ser publicado quando a camarilha do PC cubano enterrasse de vez o corpo do ditador. Mas antecipo o obituário certo de que vai demorar meses para que a cúpula cubana, na sua estratégia de explorar o cadáver, considere Fidel Castro clinicamente morto.
PS 2 – Alguns leitores, que os tenho, pedem para que aponte uma tradução de Os Demônios, em português, digna de boa leitura. No meu entender, a mais densa é a de A. Augusto dos Santos (feita a partir do francês, inglês e espanhol, para a Editora Progredior, do Porto, a ser encontrada nos sebos). Mas a tradução de Natália Nunes e Oscar Mendes, para Aguilar (Rio) é correta. (A de Rachel de Queiroz, vítima do comunismo, curiosamente, não foi bem sucedida).
O que é desaconselhável mesmo é a tradução de Paulo Bezerra, pelos motivos anteriormente expostos.
Matéria extraída na íntegra:
A morte de Fidel por Ipojuca Pontes em 26 de dezembro de 2006 - © 2006 MidiaSemMascara.org
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quinta-feira, 5 de abril de 2007
SOMOS MESMO DISCÍPULOS DE JESUS CRISTO?
Essa matéria é apenas um resumo baseado no livro "Em seus passos que faria Jesus?", livro que, depois da Bíblia, é o segundo mais vendido do mundo.
Capítulo I do livro: "Em seus passos, que faria Jesus?" - Charles M. Seldon
Na primeira parte de sua mensagem, realçava Maxwell a obra expiatória do Cristo, como um sacrifício pessoal, chamando a atenção para o fato de o Salvador ter sofrido de várias formas, tanto em vida como na morte. Passava então a considerar a Expiação como exemplo, apresentando ilustrações de vida e dos ensinos de Jesus. Seu propósito era mostrar como a fé em Cristo ajuda a salvar vidas, por causa do modelo de caráter que Ele deixou para ser imitado. O pastor havia chegado ao terceiro e último ponto do sermão - a necessidade de seguir o sacrifício e o exemplo de Jesus.
Ele anotou - "Três passos, quais são?" e se preparava para colocá-los em ordem lógica quando ouviu o toque estridente da campainha. Sentado à mesa, Henrique Maxwell franziu a testa. Permaneceu ali sem responder à campainha. Mas logo em seguida ela voltou a tocar. Levantou-se então e foi até a janela. Um homem estava de pé nos degraus. Era jovem e vestia roupas esfarrapadas.
"Parece um mendigo" pensou o pastor. Desceu a escada e abriu a porta. Houve um momento de silêncio quando se olharam frente a frente, mas o homem em andrajos tomou a iniciativa de falar:
"Estou desempregado, senhor e pensei que talvez pudesse me indicar alguma coisa para fazer".
"Não conheço nenhum emprego disponível. Está difícil encontrar trabalho" disse Maxwell, procurando fechar a porta.
"Eu sabia disso, mas o senhor talvez pudesse me recomendar à empresa ferroviária ou ao chefe das oficinas da estrada de ferro, ou alguma outra coisa", prosseguiu o moço, enquanto passava o surrado chapéu de uma mão para outra, demonstrando nervosismo.
"Penso que não adiantaria. Por favor, queira me perdoar, estou muito atarefado esta manhã. Espero que encontre alguma coisa. Lamento que não possa oferecer nada que possa fazer aqui".
O Reverendo Maxwell fechou a porta ouvindo os passos do homem se afastando. Quando subia ao escritório viu pela janela que o homem descia a rua vagarosamente, ainda com o chapéu entre as mãos. Havia algo em sua figura tão abatida, desamparada e angustiada que o pastor ficou hesitante por um momento ao olhar para ele à distância. Em seguida voltou ao seu trabalho e, com um suspiro, retomou suas anotações. Não houve nenhuma outra interrupção e duas horas depois, quando sua esposa voltou, o sermão estava terminado. As páginas soltas foram reunidas e colocadas sobre a Bíblia. Estava tudo pronto para o culto da manhã de domingo.
"Henrique, uma coisa estranha aconteceu no Jardim da Infância" disse a esposa durante o jantar. Logo depois das brincadeiras, quando as crianças estavam sentadas à mesa, a porta se abriu e um homem jovem entrou segurando um chapéu sujo nas mãos. Ele ficou sentado perto da porta e não disse uma única palavra. Ele apenas olhava as crianças. Ficamos com um pouco de medo no começo, mas ele ficou lá sentado quieto e depois de alguns minutos levantou-se e foi embora".
"Ele devia estar cansado e querendo descansar em algum lugar. Acho que foi o mesmo homem que esteve aqui".
"Você terminou o sermão, Henrique?" perguntou ela após breve silêncio.
"Sim, está tudo pronto. Foi uma semana muito carregada para mim. Os dois sermões me custaram um trabalho penoso".
"Eles serão bem recebidos por um grande público no domingo, é o que eu espero", acrescentou ele sorrindo.
"Sobre o que você vai pregar de manhã?"
" Seguir a Cristo". Vou iniciar pela Expiação e salientar seu sacrifício e exemplo, mostrando a seguir os passos necessários para imitar esse sacrifício e exemplo.
"Tenho certeza de que será um bom sermão. Espero que não chova. Ultimamente tem chovido muito aos domingos".
"É verdade. A freqüência tem sido muito baixa. O povo não gosta de sair de casa em dia de chuva". Ao dizer isso o Reverendo suspirava. Lembrava-se de seu empenho e cuidado na preparação dos sermões pensando nos numerosos ouvintes que deixavam de comparecer.
Mas a manhã daquele domingo estava esplendorosa. O ar estava límpido e refrescante, a serenidade do céu não dava sinais de qualquer alteração. Cada um dos membros da igreja se preparava para participar do culto. Iniciado o serviço, o templo estava repleto de pessoas bem vestidas e saudáveis, representando a melhor sociedade da cidade.
Esta Igreja ostentava a melhor música que o dinheiro pode proporcionar e seu quarteto musical naquela manhã era uma fonte de grande deleite para toda a congregação. Os hinos eram inspiradores.
Raquel ostentava toda sua beleza quando se levantou por trás do balcão de madeira nobre esculpido com os símbolos da cruz e da coroa. Sua voz era ainda mais esplêndida do que o seu rosto e isso causava um efeito extraordinário. Os cânticos de Raquel sempre ajudavam o Reverendo. Eles geralmente procuravam combinar um hino apropriado para o assunto do sermão.
As pessoas comentavam nunca ter visto antes um cântico tão belo. Pareceu mesmo ao ministro que quando ela se sentou, uma sensação como um ímpeto de aplaudir perpassou pelo auditório. Um frio percorreu a espinha de Maxwell. Ao levantar-se, porém, e colocando seu sermão sobre a Bíblia, imaginou que se havia enganado. Em poucos segundos ele estava absorvido em seu sermão e tudo o mais foi esquecido graças ao prazer de sua mensagem.
Henrique Maxwell era considerado um grande orador, não especificamente pelo que ele dizia, mas pela forma como se expressava. Os membros da Igreja gostavam do seu jeito. Isso dava ao pregador e aos ouvintes uma agradável distinção.
A verdade é que o pastor gostava de pregar. Ele ansiava estar em seu púlpito quando chegava o domingo. Eram minutos deliciosos que desfrutava diante da igreja cheia, sentindo a presença interessada de um seleto auditório. Mas ele se mostrava sensível ao tamanho da audiência. Sua pregação diante de um grupo pequeno diminuía em conteúdo e brilho. As próprias variações do tempo o afetavam de modo considerável. Sentia-se no máximo da sua pujança diante de um auditório como aquele que ali estava naquela manhã. Sua satisfação ia aumentando à medida que continuava. Aquela igreja era a melhor da cidade. Sua congregação era composta de pessoas importantes, representativas da riqueza, da melhor sociedade e da elevada cultura da cidade.
Parecia estranho que o Reverendo Maxwell pudesse pensar nessas coisas ao mesmo tempo que pregava, mas, quando se aproximava do final do sermão, ele sabia que em algum ponto de sua mensagem havia experimentado tais sensações. Elas penetraram no íntimo de sua mente; pode ter acontecido em poucos segundos, mas ele estava cônscio de ter definido sua posição e sua emoções tão bem como se tivesse tido um monólogo e sua pregação compartilhou a satisfação de uma profunda satisfação pessoal.
O sermão era interessante, recheado de frases admiráveis. Se o pastor estava satisfeito com as condições de seu pastorado naquela manhã, a igreja também compartilhava esse mesmo sentimento, contente de ter ao púlpito uma pessoa erudita, fina, de aparência agradável, pregando com tanta animação e poder de persuação.
De repente, no meio daquela perfeita consonância entre o pregador e a audiência, ocorreu uma interrupção inteiramente fora do comum. Foi tão inesperada, tão contrária a quaisquer pensamentos das pessoas presentes, que não houve espaço naquele momento para qualquer iniciativa ou reação.
O sermão já tinha acabado. O Reverendo tinha fechado a grande Bíblia sobre seus manuscritos e estava prestes a sentar-se quando o coro tomava posição para entoar o hino de encerramento:
"Tudo, ó Cristo, a Ti entrego;
Tudo, sim, por Ti darei"
quando toda a congregação foi surpreendida pela voz de um homem vinda do fundo do templo, ao que parece de um banco sob a galeria. Em seguida, a figura de um homem surgiu da sombra e foi caminhando até a metade do corredor. Antes que o auditório atônito entendesse o que se passava, o homem foi até o espaço vazio diante do púlpito e voltou-se de frente para o público.
"Estive pensando desde que cheguei aqui" - foi ele falando - "se seria apropriado dizer algumas palavras no final deste culto. Não estou bêbado, não sou louco e sou incapaz de causar qualquer mal a qualquer pessoa; mas, se eu vier a morrer, o que poderá acontecer nos próximos dias, quero sentir a satisfação de ter falado num lugar como este e diante dessas pessoas".
Maxwell não chegara a sentar-se . Estava ainda de pé, apoiando-se no púlpito, olhando para o estranho. Era o homem que tinha ido à sua casa na última sexta-feira. Estava com o surrado chapéu girando entre as mãos. Não tinha feito a barba, seu cabelo estava todo embaraçado e estava maltrapilho e abatido. Ninguém se lembrava de ter visto uma cena como aquela dentro daquele templo. Estavam acostumados a encontrar pessoas desse tipo nas ruas, nas proximidades das oficinas da estrada de ferro, perambulando pela cidade, porém nunca imaginaram que tal incidente fosse acontecer ali, dentro da igreja.
Não havia nada de ameaçador no comportamento e jeito de falar do homem. Ele não estava excitado e falava em voz baixa , mas compreensível. O Reverendo Henrique estava impassível, mudo e lembrava-se ligeiramente de uma pessoa que vira em sonho caminhando e falando.
Nenhuma pessoa se mexeu, ninguém fez qualquer gesto para interromper ou fazer calar o estranho. Ele continuou a falar normalmente. O pastor permanecia imóvel. No coro, Raquel estava pálida e chocada.
"Não sou um vagabundo comum, muito embora não conheça qualquer ensino de Jesus que torne uma espécie de vagabundo menos digna de salvação do que outra. Os senhores conhecem?" ele fez a pergunta tão naturalmente como se todo o auditório fosse uma classe de evangelização. Fez uma pausa, tossiu penosamente e continuou: "Perdi meu emprego há dez meses. Minha profissão é tipógrafo. As novas máquinas linótipo são uma ótima invenção, mas sei de seis tipógrafos que se suicidaram no período de um ano, justamente por causa destas máquinas. É claro que não vou censurar os jornais por comprarem essas máquinas. Mas, o que pode fazer um trabalhador? Nunca aprendi outra coisa, isto é a única coisa que sei fazer. Andei por toda a parte neste país tentando achar alguma coisa. E há muitos outros na mesma situação. Não estou reclamando. Estou apenas relatando os acontecimentos. Mas o que estava me intrigando quando me sentei lá atrás é saber se o que vocês chamam seguir a Jesus é a mesma coisa que Ele ensinou. O que Ele quis dizer com estas palavras - Sigam-me! - O ministro disse" e então se voltou para o púlpito, "que é necessário que o discípulo de Jesus siga os passos dele, e disse quais são esses passos: obediência, fé, amor e imitação". Porém não o ouvi dizer o que significam esses passos. O que os cristãos entendem por "seguir os passos de Jesus'?
"Andei por toda esta cidade nos últimos três dias tentando arranjar um emprego; e durante todo esse tempo não encontrei uma palavra de solidariedade ou conforto, exceto de seu pastor, que disse estar pesaroso por minha situação e esperava que eu encontrasse um emprego em algum lugar. Imagino que, por terem sido enganados por outros mendigos profissionais, vocês perderam o interesse por qualquer tipo de necessitado. Não estou querendo acusar ninguém, estou apenas narrando os fatos. Reconheço que os senhores não podem deixar suas atividades para conseguir emprego para uma pessoa como eu. Não estou pedindo nada, mas estou confuso a respeito do significado de seguir a Jesus. O que vocês querem dizer quando cantam - 'Onde quer que eu for, eu o seguirei'? Vocês acham que estão sofrendo e negando a si mesmos, procurando salvar a humanidade perdida e sofredora, exatamente como fez Jesus? O que vocês querem dizer com isso? Estou sempre vendo o lado trágico das coisas. Estou sabendo que há mais de quinhentos homens nas mesmas condições aqui na cidade. A maioria deles tem família. Minha mulher morreu há quatro meses e eu estou contente por ela se livrar desse sofrimento. Minha filhinha mora com a família de um impressor até que eu consiga um emprego. Fico confuso quando vejo tantos cristãos vivendo com todo o conforto e cantando - 'Por Jesus deixarei tudo' - e fico lembrando como minha mulher morreu com falta de ar num quartinho apertado, pedindo que Deus levasse também a nossa filhinha. Não espero que vocês possam impedir que pessoas morram de fome, por falta de alimento adequado e num lugar arejado, mas o que significa servir a Jesus? Sei que muitas pessoas cristãs são proprietárias desses quartinhos infectos. Um membro de igreja era o dono daquele em que minha mulher morreu, e eu duvido que seguir a Jesus fosse verdadeiro em seu caso. Ouvi um grupo de pessoas cantando numa reunião de oração na igreja uma dessas noites:
Tudo, ó Cristo, a Ti entrego;
Tudo, sim, por Ti darei'
e sentado do lado de fora, fiquei pensando no sentido daquelas palavras e como aquelas pessoas as interpretavam. Parece-me que muita desgraça deste mundo de algum modo acabaria se todas as pessoas que cantam esses hinos vivessem de acordo com eles. Bem, não entendo dessas coisas. Mas, o que faria Jesus? É isso que vocês entendem por seguir os passos de Jesus? Observo, às vezes, que as pessoas que vão às grandes igrejas tem roupas bonitas, belas casas e dinheiro para gastar com luxo, enquanto que os que estão fora das igrejas, milhares deles, morrem em cubículos sórdidos e andam pelas ruas à procura de trabalho, vivendo na miséria, na embriaguez e no pecado".
O estranho de repente deu uns passos trôpegos em direção à mesa da comunhão e se apoiou nela com uma das mãos. Passou a outra mão sobre a fronte e, sem uma palavra ou gemido, caiu ao chão em frente........
Trecho da pág. 243
quinta-feira, 15 de março de 2007
A IGREJA E SEU PAPEL SOCIAL
Segundo o texto referido acima, descobrimos que a Igreja cristã tem um grande papel social que deve ser firmemente desempenhado: Transformar o mundo.
A Igreja jamais pode se esconder atrás do moralismo individualista ou em dualismo paradigmático - do tipo "vida cristã e vida econômica não se misturam". Quando a Igreja assume a forma da sociedade com seu dinamismo peculiar, ela perde seu caráter e sua identidade profética, resultando assim, em um simples respeito (falsamente espiritualizado) junto aos poderes dominantes, se revelando apenas como a instituição que vive a infidelidade ao Evangelho.
A Igreja deve evitar ficar somente em si mesma e voltar-se à realidade social que lhe rodeia. Realidade como, injustiça, violência e consumismo, que, na maioria dos casos, absorvem e influenciam a igreja cristã.
A Igreja deve estar disposta, se for necessário, a abnegar quaisquer valores terrenos, a fim de cristianizar, ao máximo, todas as relações humanas, em todas as classes sociais, pois, se a Igreja não cristianizar o comércio, este comercializará a Igreja. A Igreja não pode ignorar por mais tempo o sofrimento da população marginalizada e oprimida, assim como, continuar alimentando uma prática assistencialista, para aliviar a consciência, ao invés de atacar de frente os males que afligem os mais vulneráveis ao sistema social da nossa nação.
A Igreja, portanto, deve desempenhar sua voz profética na sociedade junto aos mais oprimidos, espiritual e materialmente, pois estes têm muitas aspirações e reinvidicações que nunca são manifestadas.
Essa minha advertência é cunhada por momentos de oração e voto para que toddas as denominações evangélicas do Brasil, cumpram seu caráter profético, influenciando o mundo até à sua transformação, gerada pela transformação de nossas mentes, não aceitando e se conformando com o mundo e suas crises.
Autor: Manuel Raposo
Matéria baseada no texto: "A missão como testemunho social - Revendo a prática missionária" - Prof. Dr. José Carlos de Souza (Universidade Metodista de São Paulo)