1ª Série

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Na Lógica da Sociedade Moderna, o Apóstolo Paulo foi Derrotado

Imagine que o Apóstolo Paulo enviou seu currículo para o Conselho de Missões de uma certa denominação, oferecendo-se para trabalhar como missionário. Após algumas semanas, o Secretário do conselho escreveu-lhe esta carta, justificando porque não poderia aceitá-lo:

Carta Resposta ao Sr. Apóstolo Paulo:

Ao Reverendo Paulo, ex-Saulo Missionário Independente, Roma, Itália.
Caro Sr. Paulo: Recebemos recentemente seu currículo, exemplares de seus livros e o pedido para ser sustentado pela nossa Junta como missionário na Espanha.
Adotamos a política da franqueza com todos os candidatos.
Fizemos uma pesquisa exaustiva no seu caso.
Para ser bem claro, estamos surpresos que o senhor tenha conseguido até aqui "passar" como missionário independente.
Soubemos que sofre de uma deficiência visual que, algumas vezes, o incapacita até para escrever. Essa certamente é uma deficiência grande para qualquer pessoa.
Nossa denominação requer que o candidato tenha boa visão, ou que possa usar lentes corretoras.
Em Antioquia, o senhor provocou um entrevero com Simão Pedro, um pastor muito estimado na cidade, chegando a repreendê-lo em público. O senhor provocou tantos problemas que foi necessário convocar uma reunião especial da Junta de Apóstolos e Presbíteros em Jerusalém. Não podemos apoiar esse tipo de atitude.
Acha que é adequado para um missionário trabalhar meio período em uma atividade secular? Soubemos que fabrica tendas para complementar seu sustento. Em sua carta à Igreja de Filipos, o senhor admite que aquela é a única igreja que lhe dá algum suporte financeiro.
Não entendemos porquê, já que serviu a tantas igrejas.
É verdade que steve preso diversas vezes? Alguns irmãos nos disseram que passou dois anos na cadeia em Cesaréia e que tambe´m esteve preso em Roma, e em outros lugares.
Não achamos adequado que um missionário de nosso Conselho tenha folha corrida na polícia.
O senhor causou tantos problemas para os artesãos em Éfeso que eles o chamavam de "o homem que virou o mundo de cabeça para baixo".
Sensacionalismo é totalmente desnecessário em Missões. Deploramos, também, o vergonhoso episódio de fugir de Damasco escondido em um grande cesto.
Estamos admirados em ver sua falta de atitude conciliatória. Os homens elegantes e que sabem contemporizar não são apedrejados ou arrastados para fora dos portões da cidade, tampouco são atacados por multidões enfurecidas.
Alguma vez parou para pensar que palavras mais amenas poderiam ganhar mais ouvintes? Remeto-lhe um exemplar do excelente livro "Como Ganhar os Judeus e Influenciar os Gentios" de Dálio Carnego. Em uma das suas cartas, o senhor referencia a si mesmo como "Paulo, o velho".
As normas de nossa Missão não permitem a contratação de missionários além de uma certa idade.
Percebemos que é dado a fantasias e visões. Em Trôade, viu "um homem da Macedônia" e em outra ocasião diz que "foi levado até o terceiro céu e que ouviu palavras inefáveis". Afirma ainda que viu o Senhor e que ele o confortou.
Achamos que a obra de evangelização mundial requer pessoas mais realistas e de mente mais prática.
Em toda a parte por onde andou, o senhor provocou muitos problemas. Em Jerusalém, entrou em conflito com os líderes do seu próprio povo, como pode querer servir no exterior? Dizem que tem o poder de manipular serpentes. Na ilha de Malta, ao apanhar lenha, uma víbora se enroscou no seu braço, picou-o, mas nada lhe ocorreu.
Isso soa muito estranho para nós.
O senhor admite que enquanto estiveram presos em Roma, "todos o esqueceram". Os homens bons nunca são esquecidos pelos seus amigos. Três excelentes irmãos, Diótrefes, Demas e Alexandre, o latoeiro, disseram-nos que acharam impossível trabalhar com o senhor e com seus planos mirabolantes. Soubemos que teve uma discussão amarga com um colega missionário chamado Barnabé e que acabaram encerrando uma longa parceria.
Palavras duras não ajudam em nada a expansão da obra de Deus.
O Senhor perde muito tempo falando sobre a Segunda vinda de Cristo. Suas duas cartas à Igreja de Tessalônica são quase totalmente devotada a esse tema.
Em nossas igrejas, raramente falamos sobre esse assunto, que consideramos de menor importância.
Analisando friamente seu ministério, vemos que é errático e de pouca duração em cada lugar. Primeiro, a Síria, depois, Chipre, vastas regiões da Turquia, Macedônia, Grécia, Itália, e agora o senhor fala em ir à Espanha. Achamos que a concentração é mais importante do que a dissipação dos esforços. Não se pode querer abraçar o mundo inteiro sozinho.
Em um sermão recente, o senhor disse "longe de mim gloriar-me, a não ser na cruz de Cristo". Achamos justo que possamos nos gloriar na história da nossa denominação, no nosso orçamento unificado, no nosso Plano Cooperativo e nos esforços para criarmos a Federação Mundial das Igrejas. Seus sermões são muito longos. Em certa ocasião, um rapaz que estava sentado em um lugar alto, adormeceu após ouvi-lo por várias horas, caiu e quase quebrou o pescoço. Já está provado que as pessoas perdem a capacidade de concentração após trinta ou quarenta minutos, no máximo.
Nossa recomnedação aos nossos missionários é: "Levante-se, fale por trinta minutos, e feche a boca em seguida".
O Dr. Lucas nos informou que o senhor é um homem de estatura baixa, calvo, de aparência desprezível, de saúde frágil e que está sempre agitado, preocupado com as igrejas e que nem consegue dormir direito à noite. Ele nos disse que o senhor costuma levantar durante a madrugada para orar. Achamos que o ideal para um missionário é ter uma mente saudável em um corpo robusto. Uma boa noite de sono também é indispensável para garantir a disposição no trabalho no dia seguinte.
Preferimos enviar somente homens casados aos campos missionários. Não copreendemos nem aceitamos sua decisão de ser um celibatário permanente. Soubemos que Elimas, o Mágico, abriu uma agência matrimonial para pessoas cristãs aí em Roma e que tem nomes de excelentes mulheres solteiras e viúvas no cadastro. Talvez o senhor devesse procurá-lo.
Recentemente, o senhor escreveu a Timóteo dizendo que "lutou o bom cambate". Dificilmente pode-se dizer que a luta seja algo recomendável a um missionério. Nenhuma luta é boa. Jesus veio, não para trazer a espada, mas a paz. O senhor diz: "lutei contra as bestas feras em Éfeso". Que raios quer dizer com esta expressão?
Pesa-me muito dizer isto, irmão Paulo, mas em meus vinte e cinco anos de experiência, nunca encontrei um homem tão oposto às qualificações desejadas pelo nosso conselho de Missões.
Se o aceitássemos, estaríamos quebrando todas as regras da prática missionária moderna.

Atenciosamente,
A. Q. Cabeçadura
Secretário do Conselho de Missões


Fonte: Site www.eucreio.com (por autor anônimo)

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