1ª Série

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

O relativismo esdrúxulo da atual esquerda

Fui, por muitos anos, defensor da(s) ideologia(s) da esquerda brasileira. No entanto, como muitos, sempre procurei ser bem cauteloso para não dizer desconfiado. É claro que alguns setores da direita também caíram num extremismo insano que muitas vezes prejudicaram grande parte da população, com suas falcatruas, mentiras e injustiças desumanas em nome das garantias que inumeráveis recursos públicos lhes assegurava nas propositais confusões entre o público e o privado. Aí está a grande diferença entre as práticas da esquerda e de parte da direita no Brasil: este rouba para enriquecimento pessoas e do fortalecimento das oligarquias que ainda são sustentadas, aquele rouba para o quase os mesmos propósitos, ou seja, além do enriquecimento pessoal, também roubam para fortalecimento de suas oligarquias disfarçadas em partidos políticos.
Uma grande questão que percebo é que os partidos de esquerda se perderam, não nos seus propósitos originais, mas na maneira de como processaram suas práticas para alcançarem esses propósitos. Há quem diga que o erro do PT – quando digo “PT” quero incluir todos os partidos satélites – foi ir com muita sede ao pote, sobretudo quando alcançou o poder no governo federal. Diferente de como procedeu os governos venezuelanos no chavismo que percebeu o contexto, a hora e o tempo certo de proceder naquele país, como disse o Presidente dos Estados Unidos da América na Assembleia Geral das Nações Unidas, em 2017, Donald Trump: "A Venezuela não falhou porque o socialismo foi mal implementado, mas porque ele foi fielmente implementado".
Uma grande preocupação que me perturbou durante as eleições brasileiras de 2018 foi a decepção com alguns colegas de profissão, da minha categoria profissional, os professores, não apenas da rede pública, mas também da particular. Sobretudo, quando ficava sabendo como esses profissionais, que deveriam exercer uma função técnica, entendiam conceitos até de certa forma básicos como nazismo, fascismo, socialismo, comunismo, direita, esquerda, enfim, conceitos que não são propriedade particular das disciplinas das Ciências Humanas, mas que qualquer professor deveria ter uma compreensão básica, sobretudo, professores da área das Ciências Humanas. Acredite se quiser, muitos professores desta área não sabem definir esses conceitos e fazem a maior confusão quando tentam ou se envolvem em discussões a respeito! Que pena! Neste sentido, que esperar da compreensão dos alunos?
A posse do segundo mandato como presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ou que está ocorrendo neste país nas últimas décadas com os (des)governos chamados bolivarianos, dá uma excelente ideia de como esses conceitos não compreendidos. Ou, como diria muitos, compreendidos, porém propositadamente divulgados com elevada desonestidade intelectual. O que é provado na atitude do PT em relação a uma eleição ilegítima e não reconhecida pela grade maioria dos governos regionais e da EU, quando este partido, até agora considerado líder da esquerda no brasil, participa da posse de um Ditador fascista afirmando que foi eleição democrática e se absteve da posse de Jair Messias Bolsonaro, que foi eleito por uma eleição democrática, e que diz que é autoritário. Por estas e por outras, entendo que a esquerda não merece a mínima confiança naquilo que fala, que faz e naquilo que não fala e que omite fazer.
Esta postura é um relativismo esdrúxulo da esquerda, ou seja, quando convém defende o fascismo e a ditadura, como as que são praticadas em Cuba, Coreia do Norte, Rússia, Nicarágua e alguns países africanos e árabes, mas aqui no Brasil diz defender a democracia.
Não confio na esquerda brasileira.