1ª Série

quinta-feira, 15 de março de 2007

A IGREJA E SEU PAPEL SOCIAL

Texto: Rom 12:1,2

Segundo o texto referido acima, descobrimos que a Igreja cristã tem um grande papel social que deve ser firmemente desempenhado: Transformar o mundo.
A Igreja jamais pode se esconder atrás do moralismo individualista ou em dualismo paradigmático - do tipo "vida cristã e vida econômica não se misturam". Quando a Igreja assume a forma da sociedade com seu dinamismo peculiar, ela perde seu caráter e sua identidade profética, resultando assim, em um simples respeito (falsamente espiritualizado) junto aos poderes dominantes, se revelando apenas como a instituição que vive a infidelidade ao Evangelho.
A Igreja deve evitar ficar somente em si mesma e voltar-se à realidade social que lhe rodeia. Realidade como, injustiça, violência e consumismo, que, na maioria dos casos, absorvem e influenciam a igreja cristã.
A Igreja deve estar disposta, se for necessário, a abnegar quaisquer valores terrenos, a fim de cristianizar, ao máximo, todas as relações humanas, em todas as classes sociais, pois, se a Igreja não cristianizar o comércio, este comercializará a Igreja. A Igreja não pode ignorar por mais tempo o sofrimento da população marginalizada e oprimida, assim como, continuar alimentando uma prática assistencialista, para aliviar a consciência, ao invés de atacar de frente os males que afligem os mais vulneráveis ao sistema social da nossa nação.
A Igreja, portanto, deve desempenhar sua voz profética na sociedade junto aos mais oprimidos, espiritual e materialmente, pois estes têm muitas aspirações e reinvidicações que nunca são manifestadas.
Essa minha advertência é cunhada por momentos de oração e voto para que toddas as denominações evangélicas do Brasil, cumpram seu caráter profético, influenciando o mundo até à sua transformação, gerada pela transformação de nossas mentes, não aceitando e se conformando com o mundo e suas crises.

Autor: Manuel Raposo
Matéria baseada no texto: "A missão como testemunho social - Revendo a prática missionária" - Prof. Dr. José Carlos de Souza (Universidade Metodista de São Paulo)

terça-feira, 13 de março de 2007

Restauração das 12 Portas - Neemias Cap. 3

INTRODUÇÃO
Em 586 a.C. o rei Nabucodonosor mandou que os caldeus levassem cativos os habitantes (mais nobres) de Jerusalém para a Babilônia. No período desse evento ocorreu guerras e invasões deixando como saldo uma Jerusalém destruída a começar pelas muralhas que eram a principal proteção de uma cidade. Como foram levadas somente as pessoas mais nobres, ou, podemos assim dizer, a mão-de-obra mais técnica e intelectual, ficaram os menos importantes, segundo a visão do rei, social e economicamente.
Por volta do ano 445 a.C., no ano vigésimo do reinado de Artaxerxes I Longinamus, no império persa, Neemias, que era copeiro do rei, recebeu notícias sobre a situação dos judeus que escaparam do exílio e estavam em Jerusalém.
Neemias, conseguiu uma autorização direta do rei para que fosse a Jerusalém para reedificar a cidade. Juntamente com autorização, o rei enviou cartas para os governadores das regiões que se localizavam no caminho para Judá, para que lhes permitissem a passagem. Também enviou escoltas de oficiais e cavaleiros assim como autorização para a extração de madeiras que seriam usadas na restauração das portas.
Todo os movimentos do Senhor são com propósito divino. Esse propósito é sempre de restauração de alguma área em nossas vidas. Tudo o que Deus permite que aconteça em nossas vidas é com propósitos de restauração. Não devemos afirmar, sem discernimento espiritual, o porquê disso ou daquilo ter ocorrido.
A Palavra de Deus, na carta aos hebreus, diz que as coisas do Antigo Testamento são sombras do que viria a ser no Novo Testamento (Hb 10:1). A aplicação espiritual do livro de Neemias fala de restauração dos muros, ou seja, das nossas defesas contra o inimigo.

MUROS
Defesa, Proteção, Segurança, Prosperidade
Muros tem um significado espiritual de um sistema de defesa com: proteção, segurança e prosperidade. Uma cidade com muros é uma cidade próspera, cobiçada e independente (não de Deus). Proteção, porque possuíam verdadeiras muralhas que eram grandes obstáculos para quem pretendia invadir. Enormes de tal forma que abrigavam construções e moradias em cima. Segurança porque ao longo dos muros haviam torres com vigilância o tempo todo. Prosperidade, pois uma cidade com muros desse porte, era portadora de grande poder econômico. Permita-me mostrar, nesse pequeno estudo, a importância de entendermos a obra de restauração de Deus em nossas vidas, pois todos nós temos muros de proteção, de segurança e de prosperidade muitas vezes destruídos e que necessitam de restauração, mas o inimigo (o reino das trevas) não tem interesse que eles sejam restaurados. A restauração ocorre quando nos mantemos perto do Senhor, como fez Neemias. Também aqui aprenderemos que todos relatos da Palavra de Deus, em relação às portas, têm um significado espiritual muito peculiar, em direção a todas as pessoas.

PORTAS
Lugar de Passagem, também a ser restaurado

Durante a restauração dos muros ou da "muralha de Neemias", era necessário que fossem também restauradas as PORTAS, pois sem elas, a cidade continuava vulnerável e vergonhosa (Cap. 2:3,17), como ocorreu durante 100 anos.

12 PORTAS A SEREM RESTAURADAS (Cap. 3)
1 - das Ovelhas (v.1) – Primeira porta a ser restaurada. Porta de passagem dos rebanhos para o culto. Representa o sacrifício, sacrifício de louvor (Rm 12:1, 2) para sabermos a perfeita e agradável vontade de Deus pela renovação de nossa mente. Representa a santificação, a transformação de uma mente impura e negativa para uma mente santa (metanóia). Uma mente positiva que nos leva a olhar para as circunstâncias com bons olhos. Expressando, com nossos lábios, louvor ao invés de reclamações; alegria e esperança ao invés de amargura, ou seja usar a mente de Cristo (I Co 2:16; Fl 4:7). A restauração dessa porta nos facilita buscar primeiro o Reino de Deus (Mt 6:33). Quando restauramos essa porta, restauramos a porta da adoração. Restabelecemos a humildade e reconhecemos que necessitamos de Deus. O orgulho cai (Jo 15:5). Temos de nos tornar verdadeiros adoradores conforme João 4:23.
A PORTA DA ADORAÇÃO É RESTAURADA.

2 - do Peixe (v.3) – dava para o mercado de peixe, onde se negociava e comercializava. O princípio da restauração do suprimento. A preocupação de Deus em restaurar o meio para trabalharmos e adquirirmos suprimento.
A PORTA DO SUPRIMENTO E DA PROSPERIDADE É RESTAURADA.

3 - Velha (v.6) – Nome da Vila (Jechaná) para onde dava a porta. Fala de RELACIONAMENTOS a serem restaurados, ou seja, uma porta dava para uma vizinhança, aproximando-os e facilitando a comunicação entre as pessoas.
A PORTA DOS RELACIONAMENTOS É RESTAURADA.

4 - do Vale - de Hinom – (v.13) – Hinom era onde se queimava o lixo produzido. No Vale de Hinom ofereciam-se crianças a Moloque. Era palco de idolatria. Restauração de uma PORTA para que saia todo o lixo espiritual, assim como o espírito da idolatria e costumes pagãos herdados da igreja romana, como datas, festas e comemorações (conf. Gálatas 4:8-11), por exemplo: natal, dia de mães ou pais, crianças, namorados, festas juninas, outras. A única data que mais conhecemos e que consta na Bíblia, é a Páscoa. E, mesmo assim, não é essa páscoa que se conhece hoje em dia. Essa PORTA é restaurada para que nós possamos nos livrar dos rudimentos fracos e pobres, da influência do paganismo ou para sairmos da influência de Roma, para irmos à influência de Jerusalém, ou seja, da igreja primitiva.
A PORTA QUE SAI OS RUDIMENTOS E TODA ESPÉCIE DE IDOLATRIA É RESTAURADA.

5 - do Monturo ou Porta do Oleiro (v.14) – dava para o lugar onde se depositava as dejeções e imundícies, ou seja, o próprio depósito para onde seria levado o lixo para ser queimado. É a segunda porta que deve ser restaurada com o propósito de destruir as coisas velhas. Ela aponta para a importância de vivermos o Novo Homem (II Co 5:17; Ef 4:22-24). Quando viemos para o reino de Deus, vimos com nossas mentes cheias de influências e conceitos da velha vida. Representa a cura de nossa alma, onde estão armazenadas as nossas emoções, sentimentos e memórias. Agora amontoaremos as coisas velhas para serem queimadas e completamente destruídas.
A PORTA DA CURA DAS MÁS LEMBRANÇAS E DO NOVO HOMEM É RESTAURADA.

6 - da Fonte (v.15) – Porta que dava para uma NASCENTE de água para abastecer as terras secas de Judá, de forma que a sede podia ser saciada. Jesus menciona algo a respeito de uma fonte que jorra um tipo de água que mata a sede eternamente (Jo 4:14). Estes são princípios da suficiência do Senhor que nos salvou e nos deu o Espírito Santo. Às vezes não queremos que essa porta seja restaurada, consequentemente nossa sede não será saciada. Temos em muitos casos omitido a verdade suficiente da Palavra de Deus. Quando isso ocorre, fazemos alguns acréscimos à Palav ra e os pregamos com tanta convicção como se estivessem na Palavra (posso citar o caso de regras, doutrinas e dogmas humanos com o pretexto de colocarmos ordem na igreja. Bobagem! O Espírito Santo sabe muito bem como interpretar a Sua própria Palavra e trazer ordem e decência à Sua casa. Não precisa de nossa ajuda). Quando somos saciados pela Palavra de Deus, os milagres acontecem no meio do povo, como ocorreu com a vista restaurada do cego em João 9:11. Só precisamos de Deus para agir em nossas vidas. E Ele não precisa de um empurrãozinho através de nossas regras.
A PORTA DA SUFICIÊNCIA E DO FLUIR DE DEUS É RESTAURADA.

7 - das Águas (v.26) – Águas canalizadas e correntes (ou vivas). Elas vinham do Vale de Cedrom, onde se lançavam ídolos e impurezas. Água Viva fala do recebimento do E.S e do Seu poder. Poder que fluirá do interior através da fé (Jo 7:38). O E.S. é que lava e purifica. Ef 5:18 diz para nos encher do E.S. Enchimento fala de batismo e plenitude para fazer a obra (At 1:8).
A PORTA DO PODER E DO BATISMO DO E.S.É RESTAURADA.

8 - dos Cavalos (v.28) – Cavalo fala de Guerras e conquistas. Devemos sair para as batalhas e não ficarmos parados em nossas tendas. Sair para a batalha a fim de ganhar almas para o Reino de Deus. Cavalo também representa a força (Sl 147:10), velocidade (Is 30:16), beleza - da Igreja (Ct 1:9; Zc 10:3), libertação que dá a vitória gloriosa e triunfal da Igreja (Is 63:3). Cavalos ilustram, em Zacarias 6 e Apocalipse 6, o julgamento do Senhor sobre as nações, principalmente a Babilônia (Roma no NT). A Igreja precisa livrar-se dos costumes de Roma e Babilônia e andar conforme Jerusalém. Cavalo também fala de equipamentos: a ARMADURA de Deus (Ef 6:11); e ferramentas: os DONS ESPIRITUAIS (1 Co 12:28-30) para a Igreja.
A PORTA DOS DONS ESPIRITUAIS PARA A GUERRA É RESTAURADA.

9 - Oriental (v.29) – Em Ezequiel 43:1-5, menciona sobre a glória do Senhor que entra no templo pela PORTA oriental. Quando a glória de Deus entra em um lugar, ela traz tudo o que Deus tem. Toda bênção, unção, promessa e prosperidade.
A PORTA DE TODA A GLÓRIA DO SENHOR É RESTAURADA.

10 - da Guarda (v.31) – Fala da nossa esperança maior a VINDA DE JESUS, pois é por esta Porta (hoje chamada, lá em Jerusalém, de Porta Dourada) que entrará o Rei da Glória. Ele já entrou por ela em Mateus 21:10. Hoje esta porta está fechada e os judeus afirmam que somente o Messias entrará por ela na sua vinda. Cremos assim também, embora o ponto de vista seja diferente. A esperança que temos na vinda do Senhor Jesus para buscar a Sua Igreja é que nos dá alegria e nos motiva a fazer a Sua obra anunciando ao mundo o NOME que está sobre todo o nome. JESUS CRISTO DE NAZARÉ. Muitas vezes, crentes perdem a esperança na vinda Jesus para resgatar Sua igreja, mas nós cremos que Cristo é a esperança da glória. Por isso...
A PORTA DA VINDA DO SENHOR É RESTAURADA.
11 - de Benjamim (Jr 20:2; 37:13) – Porta norte do átrio interno do templo que levava ao território de Benjamim. Tribo de Benjamim fala de guerra, pois foi o povo de vocação para a batalha. A porta restaurada para nos preparar para a Batalha Espiritual. A batalha se ganha com autoridade dada pelo Senhor (Lc 10:19). Saul e Apóstolo Paulo eram da tribo de B. Saul perdia as batalhas por não se submeter a autoridade do Senhor. Paulo afirma que somos mais que vencedores por meio daquele que nos amou (Rm 8:37). Batalha espiritual é ministério de toda a igreja.
A PORTA DA BATALHA ESPIRITUAL É RESTAURADA.

12 - da Esquina (2 Cr 26:9) – Localizadas próximos às torres e, aqui, a ênfase são exatamente as torres que davam cobertura para essas portas. Torre fala de 3 coisas principais:
1) Da proteção que temos no Nome do Senhor (Sl 57:1; Pv 18:10). Nele estamos protegidos, pois torre é proteção e vigilância contra o inimigo;
2) Ministério (Jr 6:27). Atalaia ou Vigia (Ez 3:17). Devemos identificá-lo e estar disposto e atento em desempenhá-lo;
3) Sempre deve estar relacionado com a santificação, vigilância, sentinela. Devemos estar atentos ao pecado (Mc 14:38).
Essas são 3 características de suma importância na vida de cada cristão, mas queria nesse momento destacá-las, em especial, para aqueles que já observaram que têm um chamado ministerial.
A PORTA DO CHAMADO MINISTERIAL É RESTAURADA.

Autor: Manuel Raposo
Telefone para contato: (0xx11) 7225 6238
eMail:
manuelraposo@yahoo.com.br
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sexta-feira, 9 de março de 2007

A PROFECIA DE APOCALIPSE JÁ ESTÁ SE CUMPRINDO??

Veja a realidade da profecia bíblica. De acordo com a matéria abaixo, da Agencia EFE S/A, de 20 de fevereiro de 2006, já podemos comprovar essa verdade. O que nos torna sabedores antecipados de uma "novidade".

Apocalipse 13:16. O mundo já está se preparndo para aqueles dias!!!

Implante de chips em funcionários gera polêmica nos EUA
O crescente uso de microchips de identificação implantados no corpo humano, que servem tanto para o controle de funcionários como para ter acesso ao histórico médico de seus portadores, tem gerado polêmica nos Estados Unidos. Várias associações de direitos civis protestaram contra o que consideram um passo adiante na invasão de privacidade dos trabalhadores, enquanto seus fabricantes insistem tratar-se de uma tecnologia avançada e de usos múltiplos.
A empresa de vídeo-vigilância Citywatcher.com, de Cincinnati, nos EUA, é a primeira a utilizar os chips para controlar o acesso de seus empregados às áreas de segurança restritas da companhia.
Seu presidente, Sean Darks, disse à EFE como ele mesmo e dois de seus funcionários, que se apresentaram como voluntários, receberam um chip de silício que tem o tamanho de um grão de arroz, é inserido dentro da pele e funciona como um cartão de acesso às áreas protegidas. "A implantação dos chips foi e continuará sendo completamente voluntária, portanto não danifica em absoluto o aspecto privado de nossa vida. Para nós, é uma medida de segurança muito eficaz", defendeu Darks.
Os microchips foram criados pela empresa VeriChip, filial da Applied Digital Solutions, de Palm Beach (Flórida), que em outubro de 2004 recebeu o consentimento da Administração de Drogas e Alimentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) para comercializar o produto.
John Procter, porta-voz da VeriChip, explicou que a companhia trabalha fundamentalmente com duas aplicações desta tecnologia: a identificação, como no caso da Citywatcher.com, e a utilização em hospitais. "É um aparelho muito útil em pacientes com dificuldades para se comunicar, como no caso de doentes de Alzheimer. Através de um scanner, é possível ter acesso a seu histórico médico", disse Procter.
A cápsula, que se insere sob a pele do braço ou sobre a mão através de uma seringa, contém um número de 16 dígitos que permite o acesso ao histórico médico do portador.
Este chip, segundo seus defensores, permitirá a hospitais, médicos e pacientes evitar erros ao fornecer informação precisa sobre cada paciente e sua condição de saúde.
Outras aplicaçõesAlém dessas aplicações, Procter lembrou que a Secretaria de Justiça mexicana já utiliza esse tipo de tecnologia para identificar seus funcionários. O chip também possui outros fins. Uma discoteca de Barcelona, por exemplo, utiliza esses chips em seus clientes VIP. Os dispositivos servem como identificação na entrada e para que possam pagar suas contas através de uma conta especial.
A empresa calcula que aproximadamente 200 pessoas no mundo todo já têm esses chips implantados em seu corpo. Entretanto, essa tecnologia futurista, mais parecida com a literatura do escritor George Orwell, também provocou forte oposição.
Entre os que protestam, está o grupo "Profissionais da tecnologia pela responsabilidade social", uma ONG situada em Palo Alto, Califórnia, que ataca o que considera uma "péssima iniciativa". Lisa Smith, integrante da ONG, disse que "só a idéia de ter algo implantado no corpo, que não se pode retirar, é uma invasão total de privacidade".
"Existem outras formas de identificação menos invasivas que também são adequadas, por mais voluntário que isto seja", disse Smith. Esta ativista também fez uma reflexão sobre os caminhos opostos que a tecnologia toma. "Por um lado, as inovações permitem uma vulnerabilidade cada vez maior da privacidade, mas por outro, dão aos cidadãos mais ferramentas para poder defendê-la".
Tanto a VeriChip como a Citywatcher.com destacam o caráter voluntário dos implantes para rejeitar qualquer acusação.
Procter assegura que isso dá "mais discrição e mais segurança às companhias", enquanto Darks argumenta que jamais pediria a seus funcionários algo que ele mesmo não estivesse disposto a fazer.


Agência EFE

quarta-feira, 7 de março de 2007

TEOLOGIA & POLÍTICA

Veja que matéria relevante para os nossos dias. Graças a Deus estamos tratando de assuntos de tamanha importância, de maneira muito consciente.




Protestantes protestam. Ou deveriam protestar?
Por Gedeon Freire de Alencar
“Uma democracia não existe onde desejos e vontades não podem ser expressos. Portanto, protestantismo com democracia é uma combinação perfeita

Protestantes protestam, ou pelo menos deveriam fazê-lo para honrar a nomenclatura. Numa democracia, o “demo/povo” expressa sua vontade, fala, opina, vota, enfim, protesta. Os membros e construtores de uma democracia são, por natureza e ofício, protestantes, ou seja, reivindicadores. É de protesto em protesto que se constrói uma democracia. Uma democracia não existe onde não se pode exprimir desejos e vontades, fazendo um protesto. Portanto, protestantismo e democracia é uma combinação perfeita. Ou, pelo menos, deveria ser.
Em 31 de outubro de 1517, o monge agostiniano Martinho Lutero fixa na porta da Catedral de Wittenberg um texto com 95 teses contra a figura do papa e a venda das indulgências católicas. Era um protesto puramente teológico, mas teve conseqüências econômicas, sociais e políticas. O termo protestante nasce em 1521, na Dieta de Worms, quando o rei Carlos V reafirma sua fidelidade estatal ao Vaticano por necessidade política. A turma de Lutero, mais por necessidade econômica do que teológica, não gostou e protestou. Nasceram assim os “protestantes”. Um grupo de gente em estado de protesto contra o poder religioso, contra o poder do Estado, contra o status, a opressão, o latifúndio. Aliás, os camponeses anabatistas, defensores de uma democracia radical, acreditaram tanto nesta teoria luterana que quiseram pô-la em prática nos latifúndios, mas havia alguns príncipes alemães no meio do caminho sendo abençoados por Lutero.
Uma das marcas da Reforma Protestante é a teoria do “sacerdócio universal”. Esta propalada teologia dizia que cada um, independentemente de classe social, clerical, política ou econômica, pode e deve ter acesso direto a Deus. Ora, se o acesso é dado a Deus, por que não também ter acesso ao voto, à decisão, ao protesto, à democracia? Não foi coincidência, portanto, que este modelo religioso fosse o melhor companheiro para a implantação da democracia moderna: valorização individual, leitura bíblica sem tutela, autonomia dos Estados nacionais, liberdade de consciência, exercício do voto e da fala. Quinhentos anos depois...
Sobre o quê, ou contra o quê os protestantes protestam atualmente? O mesmo grupo que pegou em armas a favor do estabelecimento do Estado nacional e contra as investidas do imperialismo estrangeiro, sendo vanguarda na luta pelo fim do latifúndio e incorporando absolutamente a luta pela democracia em diferentes épocas e lugares, hoje se notabiliza por qual luta e frente? Ao menos no Brasil, o protestantismo, com raras exceções, está bem acomodado. Parece tranqüilo e feliz, desfrutando dos benefícios do presente e das glórias do passado. Não protesta sobre nada e contra nada. Nem contra nem a favor, muito antes pelo contrário.

Gedeon Freire de Alencar é mestre em Ciências da Religião (UMESP) e diretor pedagógico do Instituto Cristão de Estudos Contemporâneos em São Paulo (gedeon@betesda.com.br).