Fui, por muitos
anos, defensor da(s) ideologia(s) da esquerda brasileira. No entanto, como
muitos, sempre procurei ser bem cauteloso para não dizer desconfiado. É claro
que alguns setores da direita também caíram num extremismo insano que muitas
vezes prejudicaram grande parte da população, com suas falcatruas, mentiras e
injustiças desumanas em nome das garantias que inumeráveis recursos públicos
lhes assegurava nas propositais confusões entre o público e o privado. Aí está
a grande diferença entre as práticas da esquerda e de parte da direita no
Brasil: este rouba para enriquecimento pessoas e do fortalecimento das
oligarquias que ainda são sustentadas, aquele rouba para o quase os mesmos
propósitos, ou seja, além do enriquecimento pessoal, também roubam para fortalecimento
de suas oligarquias disfarçadas em partidos políticos.
Uma grande questão
que percebo é que os partidos de esquerda se perderam, não nos seus propósitos
originais, mas na maneira de como processaram suas práticas para alcançarem
esses propósitos. Há quem diga que o erro do PT – quando digo “PT” quero incluir
todos os partidos satélites – foi ir com muita sede ao pote, sobretudo quando
alcançou o poder no governo federal. Diferente de como procedeu os governos venezuelanos
no chavismo que percebeu o contexto, a hora e o tempo certo de proceder naquele
país, como disse o Presidente dos Estados Unidos da América na Assembleia Geral
das Nações Unidas, em 2017, Donald Trump: "A Venezuela não falhou porque o
socialismo foi mal implementado, mas porque ele foi fielmente
implementado".
Uma grande
preocupação que me perturbou durante as eleições brasileiras de 2018 foi a
decepção com alguns colegas de profissão, da minha categoria profissional, os
professores, não apenas da rede pública, mas também da particular. Sobretudo,
quando ficava sabendo como esses profissionais, que deveriam exercer uma função
técnica, entendiam conceitos até de certa forma básicos como nazismo, fascismo,
socialismo, comunismo, direita, esquerda, enfim, conceitos que não são
propriedade particular das disciplinas das Ciências Humanas, mas que qualquer
professor deveria ter uma compreensão básica, sobretudo, professores da área
das Ciências Humanas. Acredite se quiser, muitos professores desta área não
sabem definir esses conceitos e fazem a maior confusão quando tentam ou se
envolvem em discussões a respeito! Que pena! Neste sentido, que esperar da
compreensão dos alunos?
A posse do segundo
mandato como presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ou que está ocorrendo
neste país nas últimas décadas com os (des)governos chamados bolivarianos, dá
uma excelente ideia de como esses conceitos não compreendidos. Ou, como diria
muitos, compreendidos, porém propositadamente divulgados com elevada
desonestidade intelectual. O que é provado na atitude do PT em relação a uma
eleição ilegítima e não reconhecida pela grade maioria dos governos regionais e
da EU, quando este partido, até agora considerado líder da esquerda no brasil,
participa da posse de um Ditador fascista afirmando que foi eleição democrática
e se absteve da posse de Jair Messias Bolsonaro, que foi eleito por uma eleição
democrática, e que diz que é autoritário. Por estas e por outras, entendo que a
esquerda não merece a mínima confiança naquilo que fala, que faz e naquilo que
não fala e que omite fazer.
Esta postura é um
relativismo esdrúxulo da esquerda, ou seja, quando convém defende o fascismo e
a ditadura, como as que são praticadas em Cuba, Coreia do Norte, Rússia,
Nicarágua e alguns países africanos e árabes, mas aqui no Brasil diz defender a
democracia.
Não confio na
esquerda brasileira.