1ª Série

quinta-feira, 29 de maio de 2008

O que é DISLEXIA?

Causas, Sinais e Cura

A dislexia é uma das mais comuns deficiências de aprendizado. Segundo pesquisas realizadas, 20% de todas as crianças sofrem de dislexia – o que causa com que elas tenham grande dificuldade ao aprender a ler, escrever e soletrar. Pessoas disléxicas – e que nunca se trataram – lêem com dificuldade, pois é difícil para elas assimilarem palavras. Disléxicos também geralmente soletram muito mal. Isto não quer dizer que crianças disléxicas são menos inteligentes; aliás, muitas delas apresentam um grau de inteligência normal ou até superior ao da maioria da população.

A dislexia persiste apesar da boa escolaridade. É necessário que pais, professores e educadores estejam cientes de que um alto número de crianças sofre de dislexia. Caso contrário, eles confundirão dislexia com preguiça ou má disciplina. É normal que crianças disléxicas expressem sua frustração por meio de mal-comportamento dentro e fora da sala de aula. Portanto, pais e educadores devem saber identificar os sinais que indicam que uma criança é disléxica - e não preguiçosa, pouco inteligente ou mal-comportada.

A dislexia não deve ser motivo de vergonha para crianças que sofrem dela ou para seus pais. Dislexia não significa falta de inteligência e não é um indicativo de futuras dificuldades acadêmicas e profissionais. A dislexia, principalmente quando tratada, não implica em falta de sucesso no futuro. Alguns exemplos de pessoas disléxicas que obtiveram grande sucesso profissional são Thomas Edison (inventor), Tom Cruise (ator), Walt Disney (fundador dos personagens e estúdios Disney) e Agatha Christie (autora). Alguns pesquisadores acreditam que pessoas disléxicas têm até uma maior probabilidade de serem bem sucedidas; acredita-se que a batalha inicial de disléxicos para aprender de maneira convencional estimula sua criatividade e desenvolve uma habilidade para lidar melhor com problemas e com o stress.

Causas da Dislexia

As causas da dislexia são neurobiológicas e genéticas. A dislexia é herdada e, portanto, uma criança disléxica tem algum pai, avô, tio ou primo que também é disléxico. Veja também alguns vídeos interessantes no YouTube videos da parte 1 a 7 sob o tema "TDAH e DISLEXIA (Parte xx).

Diferentemente de outras pessoas que não sofrem de dislexia, disléxicos processam informações em uma área diferente de seu cérebro; não obstante, os cérebros de disléxicos são perfeitamente normais. A dislexia parece resultar de falhas nas conexões cerebrais. Felizmente, existem tratamentos que curam a dislexia. Estes tratamentos buscam estimular a capacidade do cérebro de relacionar letras aos sons que as representam e, posteriormente, ao significado das palavras que elas formam. Alguns pesquisadores acreditam que quanto mais cedo é tratada a dislexia, maior a chance de corrigir as falhas nas conexões cerebrais da criança. Em outras palavras, a dislexia, se tratada nos primeiros anos de vida da criança, pode ser curada por completo.

  • A dislexia está directamente associada a muitos casos de insucesso e abandono escolar.
  • Na legislação portuguesa, uma criança reconhecida como disléxica tem direito à inserção numa turma com um número reduzido de alunos e dispõe de meia hora adicional na realização de testes e avaliações.
  • A dislexia está muitas vezes associada a outros termos e perturbações, como são o caso da Disortografia, Disgrafia e Discalculia.
  • Os sintomas da dislexia referem-se a: dificuldades na memória auditiva, ao nível da dominância lateral, ao nível da motricidade fina e do esquema corporal, na percepção visuo-espacial e na orientação espacio-temporal.
  • A dislexia é uma condição hereditária com alterações genéticas, apresentando ainda alterações no padrão neurológico.
  • Os mesmos sintomas da dislexia podem indicar outras situações: lesões, síndromes, problemas oftalmológicos.
  • O diagnóstico da dislexia pode ser feito em qualquer idade.
Para melhor entender a causa da dislexia, é necessário conhecer, de forma geral, como funciona o cérebro. Diferentes partes do cérebro exercem funções específicas. A área esquerda do cérebro, por exemplo, está mais diretamente relacionada à linguagem; nela foram identificadas três sub-áreas distintas: uma delas processa fonemas, outra analisa palavras e a última reconhece palavras. Essas três subdivisões trabalham em conjunto, permitindo que o ser humano aprenda a ler e escrever. Uma criança aprende a ler ao reconhecer e processar fonemas, memorizando as letras e seus sons. Ela passa então a analisar as palavras, dividindo-as em sílabas e fonemas e relacionando as letras a seus respectivos sons. À medida que a criança adquire a habilidade de ler com mais facilidade, outra parte de seu cérebro passa a se desenvolver; sua função é a de construir uma memória permanente que imediatamente reconheça palavras que lhe são familiares. À medida que a criança progride no aprendizado da leitura, esta parte do cérebro passa a dominar o processo e, conseqüentemente, a leitura passa a exigir menos esforço.

O cérebro de disléxicos, devido às falhas nas conexões cerebrais, não funciona desta forma. No processo de leitura, os disléxicos recorrem somente à área cerebral que processa fonemas. A conseqüência disso é que disléxicos têm dificuldade em diferenciar fonemas de sílabas, pois sua região cerebral responsável pela análise de palavras permanece inativa. Suas ligações cerebrais não incluem a área responsável pela identificação de palavras e, portanto, a criança disléxica não consegue reconhecer palavras que já tenha lido ou estudado. A leitura se torna um grande esforço para ela, pois toda palavra que ela lê aparenta ser nova e desconhecida.

Sinais e Características de Dislexia

O ideal seria que toda criança fosse testada para detectar se ela sofre de dislexia. Porém, o sistema educacional brasileiro é deficiente e há uma falta de recursos na maioria das escolas do País. Portanto, é importante que pais e professores fiquem atentos aos sinais de dislexia para que possam ajudar seus filhos e alunos.

O primeiro sinal de possível dislexia pode ser detectado quando a criança, apesar de estudar numa boa escola, tem grande dificuldade em assimilar o que é ensinado pelo professor. Crianças cujo desenvolvimento educacional é retardatário podem ser bastante inteligentes, mas sofrer de dislexia. O melhor procedimento a ser adotado é permitir que profissionais qualificados examinem a criança para averiguar se ela é disléxica. A dislexia não é o único distúrbio que inibe o aprendizado, mas é o mais comum.

São muitos os sinais que identificam a dislexia. Crianças disléxicas tendem a confundir letras com grande freqüência. Entretanto, esse indicativo não é totalmente confiável, pois muitas crianças, inclusive não-disléxicas, freqüentemente confundem as letras do alfabeto e as escrevem de lado ao contrário. No Jardim de Infância, crianças disléxicas demonstram dificuldade ao tentar rimar palavras e reconhecer letras e fonemas. Na primeira série, elas não conseguem ler palavras curtas e simples, têm dificuldade em identificar fonemas e reclamam que ler é muito difícil. Da segunda à quinta série, crianças disléxicas têm dificuldade em soletrar, ler em voz alta e memorizar palavras; elas também freqüentemente confundem palavras. Esses são apenas alguns dos muitos sinais que identificam que uma criança sofre de dislexia.

A dislexia é tão comum em meninos quanto em meninas.

O que pode ser feito?

Nunca é tarde demais para ensinar disléxicos a ler e a processar informações com mais eficiência. Entretanto, diferente da fala – que qualquer criança acaba adquirindo – a leitura precisa ser ensinada. Utilizando métodos adequados de tratamento e com muita atenção e carinho, a dislexia pode ser derrotada. Crianças disléxicas que receberam tratamento desde cedo apresentam uma menor dificuldade ao aprender a ler. Isso evita com que a criança se atrase na escola ou passe a desgostar de estudar.

É importante enfatizar que a dislexia não é curada sem um tratamento apropriado. Não se trata de um problema que é superado com o tempo; a dislexia não pode passar despercebida. Pais e professores devem se esforçar para identificar a possibilidade de seus filhos ou alunos sofrerem de dislexia. Crianças disléxicas que foram tratadas desde cedo superam o problema e passam a se assemelhar àquelas que nunca tiveram qualquer dificuldade de aprendizado.

Foram desenvolvidos diversos programas para curar a dislexia. Não há um só tratamento que seja adequado a todas as pessoas. Contudo, a maioria dos tratamentos enfatiza a assimilação de fonemas, o desenvolvimento do vocabulário, a melhoria da compreensão e fluência na leitura. Esses tratamentos ajudam o disléxico a reconhecer sons, sílabas, palavras e, por fim, frases. É aconselhável que a criança disléxica leia em voz alta com um adulto para que ele possa corrigi-la. É importante saber que ajudar disléxicos a melhorar sua leitura é muito trabalhoso e exige muita atenção e repetição. Mas um bom tratamento certamente rende bons resultados. Alguns estudos sugerem que um tratamento adequado, administrado ainda cedo na vida escolar de uma criança, pode corrigir as falhas nas conexões cerebrais ao ponto que elas desapareçam por completo.

Toda criança necessita de apoio e paciência. Muitas crianças disléxicas sofrem de falta de autoconfiança, pois se sentem menos inteligentes que seus amigos. Porém, um bom tratamento pode curar a dislexia. Muitos disléxicos tiveram grande sucesso profissional; existe uma alta porcentagem de disléxicos entre os grandes artistas, cientistas e executivos. Muitos especialistas acreditam que pessoas disléxicas, por serem forçadas a pensar de forma diferente, são mais habilidosas e criativas e têm idéias inovadoras que superam as de não-disléxicos.

Apesar das salas de aula estarem lotadas e apesar da falta de recursos para pesquisas, a dislexia precisa ser combatida. Muitos casos de dislexia passam desapercebidos em nossas escolas. Muitas vezes, crianças inteligentíssimas, mas que sofrem de dislexia, aparentam ser péssimos alunos; muitas dessas crianças se envergonham de suas dificuldades acadêmicas, abandonam a escola e se isolam de amigos e familiares. Muitos pais, por falta de conhecimento, se envergonham de ter um filho disléxico e evitam tratar do problema. Isso é lamentável, pois crianças disléxicas que recebem um tratamento apropriado podem não apenas superar essa dificuldade, mas até utilizá-la como benefício para se sobressair pessoal e profissionalmente.

Será que seu filho é disléxico?

Entre 3 a 6 anos

Na pré-escola

1. Ele persiste em falar como um bebê?

2. Freqüentemente pronuncia palavras de forma errada?

3. Não consegue reconhecer as letras que soletram seu nome?

4. Tem dificuldade em lembrar o nome de letras, números e dias da semana?

5. Leva muito tempo para aprender novas palavras?

6. Tem dificuldade em aprender rimas infantis?

Entre 6 ou 7 anos

Primeira-série

1. Tem dificuldade em dividir palavras em sílabas?

2. Não consegue ler palavras simples e monossilábicas, tais como “rei” ou “bom”?

3. Comete erros de leitura que demonstram uma dificuldade em relacionar letras a seus respectivos sons?

4. Tem dificuldade em reconhecer fonemas?

5. Reclama que ler é muito difícil?

6. Freqüentemente comete erros quando escreve e soletra palavras?

7. Memoriza textos sem compreendê-los?

Entre 7 e 12 anos.

1. Comete erros ao pronunciar palavras longas ou complicadas?

2. Confunde palavras de sonoridade semelhante, como “tomate” e “tapete”, “loção” e “canção”?

3. Utiliza excessivamente palavras vagas como “coisa”?

4. Tem dificuldade para memorizar datas, nomes ou números de telefone?

5. Pula partes de palavras quando estas têm muitas sílabas?

6. Costuma substituir palavras difíceis por outras mais simples quando lê em voz alta; por exemplo, lê “carro” invés de “automóvel”?

7. Comete muitos erros de ortografia?

8. Escreve de forma confusa?

9. Não consegue terminar as provas de sala-de-aula?

10. Sente muito medo de ler em voz alta?

A partir dos 12 anos

1. Comete erros na pronúncia de palavras longas ou complicadas?

2. Seu nível de leitura está abaixo de seus colegas de sala-de-aula?

3. Inverte a ordem das letras – “bolo” por “lobo”, “lago” por “logo”?

4. Tem dificuldades em soletrar palavras? Soletra a mesma palavra de formas diferentes numa mesma página?

5. Lê muito devagar?6. Evita ler e escrever ?

7. Tem dificuldade em resolver problemas de matemática que requeiram leitura?

8. Tem muita dificuldade em aprender uma língua estrangeira?

Muitos pais recorrem à escola para avaliar se seus filhos sofrem de dislexia. Se você suspeita que seu filho é disléxico, mas a escola na qual ele estuda não faz testes de dislexia e não tem especialistas que ajudam crianças disléxicas, procure um outro profissional qualificado. Um bom programa educacional para crianças disléxicas precisa estabelecer objetivos específicos de progresso para o ano letivo. É necessário dedicar muita atenção para que a dislexia seja superada; sendo assim, seja paciente com um aluno ou filho disléxico, e não deixe que ele sofra de baixa auto-estima. Incentive-o a buscar novas atividades e interesses, tais como esportes ou música, e sempre o recompense quando ele progredir em seus estudos.

Fontes:
Time – July 20, 2003 – The New Science of Dislexia – By Christine Gorman
www.interdys.org/index.jsp

Manuel Raposo
Agente Público e Bacharelando em Teologia pela Universidade Metodista de São Paulo - UMESP

quarta-feira, 14 de maio de 2008

EXEMPLO DE TESTEMUNHO E COMPETÊNCIA

Podemos Observar Nesta Matéria a Importância de Incentivarmos os Nossos Jovens Para Influenciar o Mundo

Kaká, Influente, Competente e um grande Testemunho de Vida Cristã

Único brasileiro a integrar a lista da revista Time das 100 pessoas mais influentes do mundo, o jogador de futebol Kaká é o que Ronaldo vem deixando de ser: atleta consagrado, modelo de bom moço e garoto-propaganda perfeito. Aos 26 anos de idade, o meia-atacante do Milan, o mesmo clube de Ronaldo, é também o atual detentor de dois títulos que antes pertenceram ao "Fenômeno": o de melhor jogador do mundo e o de jogador mais bem pago do planeta – seu salário é de 14 milhões de dólares por ano. Sua presença na lista da Time – encabeçada pelo líder religioso Dalai-Lama – deve-se ao fato de ele ser um "jogador completo" e, além disso, preocupar-se com o mundo e com as causas sociais, conforme escreveu o goleiro americano Kasey Keller, que assina o perfil do jogador na revista. No texto, Keller diz que "é possível questionar se é correto divulgar mensagens religiosas dentro de campo", como faz Kaká, que é evangélico e gosta de jogar vestindo camisetas com a inscrição "Deus é fiel" – mas, ao menos, continua o goleiro, "Kaká tenta causar um impacto positivo no mundo, num tempo em que os jogadores estão mais ligados a carros, mulheres e polêmicas". Ativista de causas sociais e, desde 2004, o mais jovem embaixador contra a fome da ONU (outra vez, um título de Ronaldo), Kaká é fervoroso seguidor da igreja Renascer em Cristo, liderada pela bispa Sonia, atualmente presa nos Estados Unidos. Nascido em Brasília, ele iniciou sua carreira no juvenil do São Paulo aos 15 anos de idade. Franzino, media 1,63 metro e pesava 50 quilos nesse tempo. Por iniciativa do clube, submeteu-se a um tratamento que incluía pesados treinos físicos e uma rigorosa dieta para compensar o que foi diagnosticado como atraso no seu desenvolvimento ósseo. Hoje, mede 1,86 metro e tem 83 quilos. Sua carreira por pouco não terminou antes de começar. Em 2000, ao mergulhar em uma piscina na casa da avó, em Goiás, bateu a cabeça no fundo e fraturou a sexta vértebra da coluna – uma lesão que poderia tê-lo deixado paraplégico. Recuperado, despontou como craque ao fazer dois gols contra o Botafogo na decisão do torneio Rio x São Paulo. Seu desempenho nos campeonatos nacionais nos anos seguintes rendeu-lhe a convocação para a Copa do Japão, em 2002. Kaká jogou apenas vinte minutos, mas chamou a atenção do mundo. Desde que foi vendido para o Milan, por 8,5 milhões de dólares, em 2003, o meia-atacante é titular absoluto e ídolo no clube italiano. Foi peça fundamental na conquista da Liga dos Campeões da Europa, na qual se sagrou artilheiro com dez gols, e do Mundial Interclubes do ano passado. O ano de 2007 foi pura glória. Além da eleição da Fifa, faturou o prêmio de melhor da Europa e o título de melhor do mundo da Federação Internacional de Futebolistas Profissionais. Se a carreira de Kaká lembra a de Ronaldo, não há traço de semelhança entre os jogadores no que diz respeito à vida pessoal. Ao contrário do irrequieto Fenômeno, o pacato Kaká não bebe, não fuma, não freqüenta boates e nunca foi visto em farras. Aguarda para este mês o nascimento de seu primeiro filho, fruto do casamento com a socialite e também evangélica Caroline Celico – que namorou por três anos e com quem, garante, se casou virgem.

Manuel Raposo
Agente Público e Bacharelando em Teologia pela Universidade Metodista de São Paulo - UMESP

fonte: Revista Veja, Edição 2059, 7 de maio de 2008