1ª Série

domingo, 29 de abril de 2007

A IGREJA E SEU PAPEL SOCIAL II - Qual o Perfil que Queremos Para Nossas Igrejas?

Texto Bíblico (base): Romanos 12:1,2

Tenho consciência de que o assunto "Igreja" é por demais extenso para tratarmos aqui. Não é minha intenção apresentar de maneira exaustiva o tema. Permita-me compartilhar com você apenas uma simples, mas importante, abordagem sobre o perfil que queremos para nossas igrejas. Igreja, visto pelo prisma de povo, pessoas ou, seres sociais.
Pois bem, a Igreja, como a própria palavra já diz, significa união de pessoas ou, grupo de seguidores de Cristo que se reúnem em determinado lugar para adorar a Deus, receber ensinamentos, evangelizar e ajudar uns aos outros. O termo aparece cerca de 75 vezes, e apenas no novo testamento. Bom, estamos falando aqui, então, de pessoas, de povo, de grupo. Ou seja, estamos falando de pessoas que se unem com propósitos comuns, dos quais poderíamos destacar como um dos principais a evangelização. Evangelizar é inserir-se na sociedade com dons e talentos e usá-los como ferramenta de transformação social, através do anúncio de novas e boas notícias. Não estou me referindo a técnicas de como se abordar pessoas para lhes falar das passagens bíblicas. Veja que estar inserido em uma sociedade, é muito mais que isso. Refiro-me a estarmos de fato, como igreja, vivendo e convivendo numa sociedade injusta, corrupta, frágil e pecaminosa, em suma: uma sociedade em crise. Nela, temos o papel de sermos representantes de um reino poderoso e perfeito. De forma que, temos uma grande responsabilidade em nossas mãos: transformar o mundo (Rm 12:1,2), assim como promover o seu progresso. Você já se imaginou representante de um reino poderoso e justo? Se já, poderíamos então, contribuir para implantar esse reino (ou parte dele) aqui, enquanto aqui vivermos, e, assim alcançarmos o nosso propósito [da igreja].
Contudo, é necessário entendermos que, para influenciarmos o progresso da sociedade, precisamos estar no nível de conhecimento exigido por ela. Não adianta nos preocuparmos apenas com nossa vida moral, espiritual e como organizamos as visões de nossas igrejas, sem considerarmos nossas capacitações intelectuais, culturais, ideológicas e sociais. Tomamos como exemplo o seguinte: Se nos interessamos pela sociedade indígena, com o propósito de evangelizá-los, nos inserimos no meio deles e convivemos com eles, através de pessoas capacitadas que conhecemos como missionários de campo. Aprendemos seus costumes e modo de viver. Com o tempo suas particularidades já fazem parte de nossos hábitos. Como permanecem em nós os princípios cristãos, passamos então a influenciá-los. Da mesma forma, necessitamos de preparo para enfrentarmos as dificuldades de evangelizarmos a cidade, as grandes metrópoles em que habitamos. A vida urbana exige, cobra, sobrecarrega. Tudo isso para vencer as dificuldades impostas por ela. Mas nós precisamos cristianizar a sociedade, caso contrário, a exigência natural da sociedade urbana e do mundo, se implantará na Igreja.
À Igreja, é necessário preparar-se para transformar o mundo, evitando assim que este a transforme.
Se a sociedade exige a utilização das novas tecnologias, então precisamos aprender a dominá-las; se o mundo cobra o conhecimento, em função da velocidade e voracidade das informações, a Igreja deve evitar ficar somente em si mesma e voltar-se à realidade social que lhe rodeia; se a vida urbana sobrecarrega com seu dinamismo, a Igreja, por sua vez, deve sentir o leve fardo do Senhor, através de um melhor preparo à frente de discussões gritantes hoje, discussões essas, necessárias para aliviar o sofrimento dos nossos semelhantes menos "privilegiados".
Em muitas de minhas mensagens, tenho enfatizado a importância de incentivarmos nossos irmãos a continuar seus estudos, a retomarem seus projetos profissionais, não apenas para conseguirem bons empregos ou status social, mas para se conseguir penetrar a realidade social de hoje, e usar tudo isso para a conquista de almas para o Reino de Deus. Os cristãos têm uma espécie de "convocação" natural para ocuparem as melhores posições na sociedade, mas, mui raramente atendem essa convocação. Mas afirmo ser por demais necessário, pois o nível de corrupção tem aumentado assustadoramente no Brasil, trazendo grande sentimento de insegurança nas pessoas. Até magistrados têm se envolvido em falcatruas!
Observo alguns casos, na comunidade cristã de hoje, de pessoas que estão, lamentavelmente, desanimadas, deprimidas e com sentimento de desalento e derrota. Em suma, estão em crise. Por quê? Porque o mundo está em crise e tem aberto sua bocarra e engolido aqueles que se entregaram e não mais lutam para melhorar, caindo atrás de um véu de religiosidade e falsa espiritualidade, dizendo: "é Deus que quer assim" ou, "essa é a vontade de Deus", quando não se utilizam de versículos bíblicos isolados para justificar de forma espúria suas mazelas.
Mente transformada, sociedade transformada. Essa afirmação bíblica é princípio para todos os casos em que se busca a mudança. Quando se modifica uma situação, outras novas, obrigatoriamente, ocorrem em seguida. Observe os dados no gráfico abaixo, muito interessantes levantados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), órgão oficial do governo. (Obs.: Para ver o gráfico com melhor nitidez, clique em cima dele)
Quando se cruzam dados de escolaridade com os de salário, colhidos na última pesquisa por amostra de domicílios pelo IBGE, é possível verificar que o maior salto de renda se dá entre o ensino médio e o superior. Mas a diferença de salário é significativa em qualquer que seja o nível de ensino em que o brasileiro pára de estudar.
Uma igreja que tem seus membros ocupando boas posições na sociedade, esses oferecem, sem dúvida, melhores condições missionárias para a comunidade onde freqüentam. Considerando uma situação normal de seleção e recrutamento no mercado de trabalho, no mundo capitalista em que vivemos, para que as pessoas conquistem tais posições, são impostos alguns requisitos, dos quais, o mais importante é o grau de escolaridade.
Qual a igreja que esperamos estabelecer onde vivemos? Ou, qual o perfil social que esperamos dos membros das igrejas locais, enquanto cidadãos atuantes na sociedade em que vivemos?
Se você é um líder congregacional, ore e busque estratégias de Deus, para que os membros de sua comunidade se sintam motivados a continuarem lutando para transformar a sociedade, ocupando as melhores e mais estratégicas posições sociais. Minha oração é essa, desejo profundamente essas coisas para a igreja em que você congrega. Não esqueça: DEUS CONVOCOU A SUA COMUNIDADE PARA TRANSFORMAR O MUNDO.


Autor: Manuel Raposo
Bacharelando em Teologia pela Universidade Metodista de São Paulo

sexta-feira, 20 de abril de 2007

EDUCAÇÃO CRISTÃ: A SOLUÇÃO PARA O BRASIL

SITUAÇÃO NACIONAL


Não é preciso grandes pesquisas ou esforços para sabermos como anda a educação no Brasil. São Paulo é o estado brasileiro que, na maioria das situações, é a referência nacional quando se trata de estatísticas; é o grande laboratório social do Brasil. Apesar de seu desenvolvimento, praticamente auto-sustentável, sofre com grandes mazelas sociais que, para resolvê-las, lamentável e independentemente de governo ou partido, levaria muitos anos. No início do ano de 2007, o Inep divulgou os resultados das provas do ENEM. O Estado de São Paulo apresentou os piores índices para a 8ª série desde 1995, e foi o segundo pior desempenho em português e matemática. Podemos então afirmar que, este é o raio-x da educação no Brasil.
Por isso, precisamos estabelecer as bases que servirão de sustentação para o desenvolvimento nacional. Essas bases devem ser construídas pela educação, pois ela é a alavanca do desenvolvimento. A educação é a melhor forma e de resultados mais concretos, para transformação da sociedade.
Por que não começamos pelas nossas próprias comunidades de fé? Afinal, a Bíblia nos ensina que, um dos principais papéis da Igreja, é a transformação do mundo (Romanos 12:1,2). Em outras postagens tratarei desse assunto mais especificamente, para que possamos ver os grandes valores e importância de uma sociedade embasada na Educação.
Nesta postagem, atenho-me a escrever apenas sobre o conceito básico da Educação Por Princípios, como fundamento facilitador da implantação de uma educação transformadora.

O QUE É EDUCAÇÃO POR PRINCÍPIOS
Entendemos educação em seu sentido amplo como o processo de transmitir à próxima geração conhecimento e valores que a capacitem a uma participação construtiva na sociedade. Educar uma criança é trabalhar em um projeto de vida, o que compete primordiamente aos pais, como responsáveis diretos pelos resultados.
Conforme apresentada por Rosalie J. Slater (The Principle Approach - F.A.C.E. - Fundation for American Christian Education, EUA), que definiu e estruturou essa abordagem, Educação por Princípios é "um método cristão histórico de raciocínio bíblico, que faz das verdades da Palavra de Deus a base de cada assunto no currículo escolar".
Baseia-se na aplicação de quatro passos: Pesquisar, Raciocinar, Relacionar e Registrar, para promover o raciocínio com padrões cristãos e a expansão do entendimento".
O sistema educacional baseado na Educação por Princípios integraliza filosofia (o porquê), currículo (o quê) e metodologia (o como) cristãs.

EDUCAÇÃO POR PRINCIPIOS
A Educação por Princípios é uma maneira de ensinar e aprender que coloca a Palavra de Deus no coração de cada matéria e ensina o aluno como pensar e aprender. É um método de educação que libera o potencial do indivíduo, forma o caráter cristão, constrói uma erudição baseada numa cosmovisão cristã e habilita líderes servidores.
Principais diferenciais:
. O processo de ensino e aprendizagem envolve: pesquisa, raciocínio, relacionamento, registro/ aplicação;
. Caderno de Anotações como instrumento para registro e domínio da aprendizagem pessoal;
. Abordagem tutorial que identifica o estilo de aprendizagem de cada aluno;
. Princípios de caráter cristão permeiam todo o processo de ensino e aprendizagem;
. Perspectiva providencial da História;
. Participação integrada da família.


FUNDAMENTO ESSENCIAL PARA UMA NAÇÃO CRISTÃ



Se queremos construir uma nação cristã livre precisamos estabelecer fundamentos bíblicos para a Educação, Governo, Economia e Política. O princípio de semeadura e colheita se aplica para implantarmos a Verdade de Deus nas nações. É num processo gradual, através da Educação Cristã, que as sementes são plantadas e cuidadas, para produzir frutos em todos os aspectos da vida: pessoal, social, político e econômico.
Esta tarefa envolve família, igreja e escola cristã comprometidas na educação de uma geração que esteja preparada e habilitada para aplicar princípios bíblicos em todas as áreas da vida.
Apesar dos últimos resultados (ou em função deles) de avaliações da educação brasileira, vivemos um momento no Brasil em que a educação é reconhecida como prioridade nacional.
Neste contexto, a educação é uma questão estratégica tanto no estabelecimento do Reino de Deus, quanto no desenvolvimento de nossa nação.
É nosso dever como cristãos oferecer a esta geração e às próximas, uma educação escolar de qualidade, fundamentada em princípios bíblicos, preparando-os para cumprir o propósito de Deus e exercer responsavelmente suas vocações na sociedade.



Manuel Raposo



Esta post foi adaptada da matéria de: http://www.aecep.org.br/institucional/institucional_principios.asp acessaado em 21 de abril de 2007.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Na Lógica da Sociedade Moderna, o Apóstolo Paulo foi Derrotado

Imagine que o Apóstolo Paulo enviou seu currículo para o Conselho de Missões de uma certa denominação, oferecendo-se para trabalhar como missionário. Após algumas semanas, o Secretário do conselho escreveu-lhe esta carta, justificando porque não poderia aceitá-lo:

Carta Resposta ao Sr. Apóstolo Paulo:

Ao Reverendo Paulo, ex-Saulo Missionário Independente, Roma, Itália.
Caro Sr. Paulo: Recebemos recentemente seu currículo, exemplares de seus livros e o pedido para ser sustentado pela nossa Junta como missionário na Espanha.
Adotamos a política da franqueza com todos os candidatos.
Fizemos uma pesquisa exaustiva no seu caso.
Para ser bem claro, estamos surpresos que o senhor tenha conseguido até aqui "passar" como missionário independente.
Soubemos que sofre de uma deficiência visual que, algumas vezes, o incapacita até para escrever. Essa certamente é uma deficiência grande para qualquer pessoa.
Nossa denominação requer que o candidato tenha boa visão, ou que possa usar lentes corretoras.
Em Antioquia, o senhor provocou um entrevero com Simão Pedro, um pastor muito estimado na cidade, chegando a repreendê-lo em público. O senhor provocou tantos problemas que foi necessário convocar uma reunião especial da Junta de Apóstolos e Presbíteros em Jerusalém. Não podemos apoiar esse tipo de atitude.
Acha que é adequado para um missionário trabalhar meio período em uma atividade secular? Soubemos que fabrica tendas para complementar seu sustento. Em sua carta à Igreja de Filipos, o senhor admite que aquela é a única igreja que lhe dá algum suporte financeiro.
Não entendemos porquê, já que serviu a tantas igrejas.
É verdade que steve preso diversas vezes? Alguns irmãos nos disseram que passou dois anos na cadeia em Cesaréia e que tambe´m esteve preso em Roma, e em outros lugares.
Não achamos adequado que um missionário de nosso Conselho tenha folha corrida na polícia.
O senhor causou tantos problemas para os artesãos em Éfeso que eles o chamavam de "o homem que virou o mundo de cabeça para baixo".
Sensacionalismo é totalmente desnecessário em Missões. Deploramos, também, o vergonhoso episódio de fugir de Damasco escondido em um grande cesto.
Estamos admirados em ver sua falta de atitude conciliatória. Os homens elegantes e que sabem contemporizar não são apedrejados ou arrastados para fora dos portões da cidade, tampouco são atacados por multidões enfurecidas.
Alguma vez parou para pensar que palavras mais amenas poderiam ganhar mais ouvintes? Remeto-lhe um exemplar do excelente livro "Como Ganhar os Judeus e Influenciar os Gentios" de Dálio Carnego. Em uma das suas cartas, o senhor referencia a si mesmo como "Paulo, o velho".
As normas de nossa Missão não permitem a contratação de missionários além de uma certa idade.
Percebemos que é dado a fantasias e visões. Em Trôade, viu "um homem da Macedônia" e em outra ocasião diz que "foi levado até o terceiro céu e que ouviu palavras inefáveis". Afirma ainda que viu o Senhor e que ele o confortou.
Achamos que a obra de evangelização mundial requer pessoas mais realistas e de mente mais prática.
Em toda a parte por onde andou, o senhor provocou muitos problemas. Em Jerusalém, entrou em conflito com os líderes do seu próprio povo, como pode querer servir no exterior? Dizem que tem o poder de manipular serpentes. Na ilha de Malta, ao apanhar lenha, uma víbora se enroscou no seu braço, picou-o, mas nada lhe ocorreu.
Isso soa muito estranho para nós.
O senhor admite que enquanto estiveram presos em Roma, "todos o esqueceram". Os homens bons nunca são esquecidos pelos seus amigos. Três excelentes irmãos, Diótrefes, Demas e Alexandre, o latoeiro, disseram-nos que acharam impossível trabalhar com o senhor e com seus planos mirabolantes. Soubemos que teve uma discussão amarga com um colega missionário chamado Barnabé e que acabaram encerrando uma longa parceria.
Palavras duras não ajudam em nada a expansão da obra de Deus.
O Senhor perde muito tempo falando sobre a Segunda vinda de Cristo. Suas duas cartas à Igreja de Tessalônica são quase totalmente devotada a esse tema.
Em nossas igrejas, raramente falamos sobre esse assunto, que consideramos de menor importância.
Analisando friamente seu ministério, vemos que é errático e de pouca duração em cada lugar. Primeiro, a Síria, depois, Chipre, vastas regiões da Turquia, Macedônia, Grécia, Itália, e agora o senhor fala em ir à Espanha. Achamos que a concentração é mais importante do que a dissipação dos esforços. Não se pode querer abraçar o mundo inteiro sozinho.
Em um sermão recente, o senhor disse "longe de mim gloriar-me, a não ser na cruz de Cristo". Achamos justo que possamos nos gloriar na história da nossa denominação, no nosso orçamento unificado, no nosso Plano Cooperativo e nos esforços para criarmos a Federação Mundial das Igrejas. Seus sermões são muito longos. Em certa ocasião, um rapaz que estava sentado em um lugar alto, adormeceu após ouvi-lo por várias horas, caiu e quase quebrou o pescoço. Já está provado que as pessoas perdem a capacidade de concentração após trinta ou quarenta minutos, no máximo.
Nossa recomnedação aos nossos missionários é: "Levante-se, fale por trinta minutos, e feche a boca em seguida".
O Dr. Lucas nos informou que o senhor é um homem de estatura baixa, calvo, de aparência desprezível, de saúde frágil e que está sempre agitado, preocupado com as igrejas e que nem consegue dormir direito à noite. Ele nos disse que o senhor costuma levantar durante a madrugada para orar. Achamos que o ideal para um missionário é ter uma mente saudável em um corpo robusto. Uma boa noite de sono também é indispensável para garantir a disposição no trabalho no dia seguinte.
Preferimos enviar somente homens casados aos campos missionários. Não copreendemos nem aceitamos sua decisão de ser um celibatário permanente. Soubemos que Elimas, o Mágico, abriu uma agência matrimonial para pessoas cristãs aí em Roma e que tem nomes de excelentes mulheres solteiras e viúvas no cadastro. Talvez o senhor devesse procurá-lo.
Recentemente, o senhor escreveu a Timóteo dizendo que "lutou o bom cambate". Dificilmente pode-se dizer que a luta seja algo recomendável a um missionério. Nenhuma luta é boa. Jesus veio, não para trazer a espada, mas a paz. O senhor diz: "lutei contra as bestas feras em Éfeso". Que raios quer dizer com esta expressão?
Pesa-me muito dizer isto, irmão Paulo, mas em meus vinte e cinco anos de experiência, nunca encontrei um homem tão oposto às qualificações desejadas pelo nosso conselho de Missões.
Se o aceitássemos, estaríamos quebrando todas as regras da prática missionária moderna.

Atenciosamente,
A. Q. Cabeçadura
Secretário do Conselho de Missões


Fonte: Site www.eucreio.com (por autor anônimo)

domingo, 15 de abril de 2007

CRIVELLA FALA BOBAGEM

É bem provável que tudo não tenha passado de frufru pomposo para agradar o aniversariante — no caso, o PC do B — que fazia 85 anos e, portanto, uma das mais nobres instituições representantes da ideologia política que mais caçou e matou cristãos ao longo da história. Mas o senador Marcelo Crivella (PR-RJ), um dos líderes da Igreja Universal, ao declarar que “o Evangelho é a cartilha mais comunista que existe”, além de blasfemar, evidencia o nível de prestígio e de associação com o termo “justiça” que o comunismo desfruta entre os líderes da Igreja Brasileira.Nada há em comum entre o amor altruísta, fruto da iniciativa pessoal de alguém que se relaciona com o Deus vivo, e uma ideologia de ódio ateísta por princípio, que evoca a luta de classes para centralizar o poder político e econômico nas mãos de supostos intelectuais que consideram o Cristianismo o maior obstáculo para a Revolução Comunista.Mesmo assim, Crivella elogiou, segundo a Agência Senado, “a luta histórica da militância do PCdoB por um Brasil mais justo”. A revolta comunista de 1935 matou 500 pessoas em uma semana. Hoje, os socialistas do PT fazem os cofres da União pagarem indenizações milionárias para gente que foi perseguida na ditadura de 64, que — para evitar a ameaça comunista em nosso país — em longos 20 anos fez um pouco mais que a metade desse número de vítimas, mas sem dúvida alguma protegendo milhões de brasileiros inocentes.Só para recordar, milhões de cristãos foram cruelmente trucidados em governos comunistas da União Soviética, China e outros, e ninguém ganhou indenização. No Brasil é diferente: além de ameaçarem instalar semelhante regime assassino, hoje os esquerdistas radicais recebem indenizações milionárias porque foram detidos na tentativa de golpe. Gente que é sempre a favor do aborto, da causa gay, da eutanásia e que, graças a declarações como essa de Crivella, desfrutam a cada dia que passa de mais prestígio entre os evangélicos brasileiros desinformados.
Fonte: Profeta Urbano (31/março/2007)

SERÁ QUE FIDEL CASTRO AINDA ESTÁ VIVO...?


Resumo: Por que a camarilha do PC cubano esconde a morte clínica de Castro? Por não saber precisamente o que fazer e por ordens do próprio ditador.


“Qual o país mais próximo do inferno?”
- “Cuba”.
- “Não, o Haiti. Cuba é
o inferno”
(Humor cubano)

Fidel Castro está clinicamente morto. Considerado o mais velho tirano da América Latina, desde julho de 2001 (há mais de cinco anos, portanto) quando, durante um dos seus enfadonhos discursos, teve breve desmaio, boa parte do mundo desconfiou que ele estava indo pro beleléu. Em outubro de 2004, durante ato público na província de Santa Clara, depois de desabar de um estrado diante de câmeras de televisão, Fidel fraturou perna e braço passando a se locomover em cadeiras de rodas.
No final de 2005, especialista da agência americana de inteligência, CIA, ao examinar inúmeras imagens de Fidel disse que ele sofria do mal de Parkinson, doença degenerescente cuja característica externa é o tremor de mãos. Para contestar a CIA, fingindo indignação, o tirano fez o que mais gostava: mentir. Assim, numa aula inaugural da Universidade de Havana, acusou o imperialismo ianque de querer matá-lo antes do tempo: “Eu me sinto melhor do que nunca!”
Não era bem assim e a CIA tinha razão: em meados de 2006, depois de participar de reunião do Mercosul em Córdoba, Argentina, Fidel anunciou que ia fazer cirurgia para estancar uma hemorragia no intestino, em conseqüência do “stress” da viagem. Como previsto, Castro, em 31 de julho, passou o reinado ao irmão (alcoólatra) Raúl e não mais apareceu em público. Ou melhor: fez duas aparições na TV, em outubro, uma delas, já esquálido, ao lado do herdeiro Hugo Chávez.
A camarilha do PC cubano, alegando “recomendação médica”, adiou para 2 de dezembro as comemorações dos seus 80 anos (e os 50 anos da chegada do iate Granma a Cuba), que deveria ser festejado a 13 de agosto, data em que Fidel nasceu. Ainda assim, ele não compareceu às solenidades anunciadas. E também não compareceu, em Havana, à Cúpula do Movimento dos Países Não-alinhados, um aríete ideológico usado para atacar, desde sempre, os EUA.
Como em geral ocorre com todo egocrata comunista, o entorno do poder tratou de esconder a verdade: Fidel está “clinicamente morto” desde quarta-feira, 20, dez dias após a morte de outro ditador, mais brando, o General Pinochet. Antes, o jornal britânico The Independent, publicou que ele sofria de câncer terminal (tumor no estomago) e não emplacaria o Natal (acertou na mosca). Em seguida, um agente da CIA, John Negroponte, garantiu que sua morte era questão de mês. Por sua vez, o noticiário informava que Chávez tinha recebido carta de Fidel felicitando-o pela reeleição – coisa, no entanto, feita em papel datilografado e não por manuscrito, como habitualmente fazia o tirano.
No entremeio, em entrevista concedida ao Los Angeles Times, Alina Revuelta, filha de Fidel residente nos EUA junto a dois milhões de exilados cubanos, declarou que ele viveu os dias de pré-agonia orando com fervor ao lado de padres jesuítas. Castro teria participado de sessões de magia negra, trazendo do Haiti um feiticeiro do “vodu”, culto parecido com o nosso conhecidíssimo candomblé. De fato, “El Caballo” não queria entregar os pontos.
Por que a camarilha do PC cubano esconde a morte clínica de Castro? Por dois motivos: primeiro, por não saber precisamente o que fazer, visto que facções dentro do governo se dividem entre abrir um pouco ou fechar ainda mais o regime policial vigente. Na prática, a ilha nunca esteve tão controlada com exército, agentes da DGI (Dirécion General de Inteligência) e a polícia fechando o cerco sobre a população que, há décadas, mantém culto obrigatório ao Deus-tirano. Como agirá o povo de Cuba depois de anunciada oficialmente a morte de Castro? Ficará inerte? Irá se insurgir? A ilha-cárcere vai tolerar mais décadas de fome e miséria? (Em particular, desconfio que sim).
O segundo motivo diz respeito à própria vontade do ditador. Antes da morte clínica, Fidel teria recomendado ao irmão Raúl e círculos do poder que mantivessem sua imagem ligada ao mito de El Cid, o Campeador, cavaleiro espanhol que ganhou batalha depois de morto e com o qual desejava ser identificado. A idéia básica é sustentar que “El Comandante vuelta”. E o esquema armado pelo tirano funciona bem: conseguiu até lograr uma delegação parlamentar (democrata) americana que saiu de Cuba sem vê-lo, certa de que o morto-vivo vai reassumir o seu papel de Líder Máximo.
Em Recordações da Casa dos Mortos, Dostoievski, o escritor que mergulhou nos recônditos da alma humana, sagrou em letra de forma que a tirania - o ato de governar pela opressão - é um hábito: “Ela tem a propriedade de se desenvolver, e se dilata a tal ponto que acaba virando doença”. Fidel Castro, basta examinar, foi o exemplo perfeito do doente sanguinário que, no propósito de “salvar” Cuba da “exploração ianque”, levou o povo cubano ao espaço contínuo da fome, repressão e horror, mantendo-se no poder pelo jugo sinistro dos expurgos, fuzilamentos em massa e prisões nos campos de concentração. Ele foi o responsável direto pelo desaparecimento, tortura e morte de mais de 50 mil pessoas, como registra, inquestionável, o Livro Negro do Comunismo, de Stéphane Courtois (Bertrand do Brasil, Rio, 1999).
Devo acrescentar ainda que não escrevo por ouvir dizer. Estive duas vezes na ilha-cárcere e vi de perto como funciona o regime totalitário articulado pela vontade de Castro e o aparato ideológico do Partido Comunista, impondo às massas uma vida de indigência, em que o mínimo - por exemplo, o simples direito de ir e vir - é tido como crime hediondo.
Para Fidel Castro, o tirano, só um milagre. Que a terra lhe seja pesada.
PS – Este artigo deveria ser publicado quando a camarilha do PC cubano enterrasse de vez o corpo do ditador. Mas antecipo o obituário certo de que vai demorar meses para que a cúpula cubana, na sua estratégia de explorar o cadáver, considere Fidel Castro clinicamente morto.
PS 2 – Alguns leitores, que os tenho, pedem para que aponte uma tradução de Os Demônios, em português, digna de boa leitura. No meu entender, a mais densa é a de A. Augusto dos Santos (feita a partir do francês, inglês e espanhol, para a Editora Progredior, do Porto, a ser encontrada nos sebos). Mas a tradução de Natália Nunes e Oscar Mendes, para Aguilar (Rio) é correta. (A de Rachel de Queiroz, vítima do comunismo, curiosamente, não foi bem sucedida).
O que é desaconselhável mesmo é a tradução de Paulo Bezerra, pelos motivos anteriormente expostos.

Matéria extraída na íntegra:
A morte de Fidel por Ipojuca Pontes em 26 de dezembro de 2006 - © 2006 MidiaSemMascara.org

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quinta-feira, 5 de abril de 2007

SOMOS MESMO DISCÍPULOS DE JESUS CRISTO?

Amados irmãos e amigos, a pergunta do título, tem o propósito de nos trazer um grande desafio: mudar nossas atitudes diante da sociedade nos aproximando assim, mais do caráter de Cristo. Que o Senhor Deus possa levá-lo a uma leitura abençoada e seja grandemente edificado. Após a leitura, reflita e caminhe em direção a uma atitude cada vez mais próxima do nosso Mestre e Salvador.
Essa matéria é apenas um resumo baseado no livro "Em seus passos que faria Jesus?", livro que, depois da Bíblia, é o segundo mais vendido do mundo.

Capítulo I do livro: "Em seus passos, que faria Jesus?" - Charles M. Seldon
Numa sexta feira de manhã o reverendo Henrique Maxwell estava tentando completar o sermão para o culto da manhã de domingo. Interrompido várias vezes, começou a ficar angustiado, pois o tempo ia passando e ele não havia chegado a um final satisfatório. Sua esposa ia sair para visitar um Jardim da Infância e ele ficou sozinho em casa. Logo tudo voltou à calma. Acomodou-se à mesa com um suspiro de alívio e continuou a escrever . O texto escolhido fora: "Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos".
Na primeira parte de sua mensagem, realçava Maxwell a obra expiatória do Cristo, como um sacrifício pessoal, chamando a atenção para o fato de o Salvador ter sofrido de várias formas, tanto em vida como na morte. Passava então a considerar a Expiação como exemplo, apresentando ilustrações de vida e dos ensinos de Jesus. Seu propósito era mostrar como a fé em Cristo ajuda a salvar vidas, por causa do modelo de caráter que Ele deixou para ser imitado. O pastor havia chegado ao terceiro e último ponto do sermão - a necessidade de seguir o sacrifício e o exemplo de Jesus.
Ele anotou - "Três passos, quais são?" e se preparava para colocá-los em ordem lógica quando ouviu o toque estridente da campainha. Sentado à mesa, Henrique Maxwell franziu a testa. Permaneceu ali sem responder à campainha. Mas logo em seguida ela voltou a tocar. Levantou-se então e foi até a janela. Um homem estava de pé nos degraus. Era jovem e vestia roupas esfarrapadas.
"Parece um mendigo" pensou o pastor. Desceu a escada e abriu a porta. Houve um momento de silêncio quando se olharam frente a frente, mas o homem em andrajos tomou a iniciativa de falar:
"Estou desempregado, senhor e pensei que talvez pudesse me indicar alguma coisa para fazer".
"Não conheço nenhum emprego disponível. Está difícil encontrar trabalho" disse Maxwell, procurando fechar a porta.
"Eu sabia disso, mas o senhor talvez pudesse me recomendar à empresa ferroviária ou ao chefe das oficinas da estrada de ferro, ou alguma outra coisa", prosseguiu o moço, enquanto passava o surrado chapéu de uma mão para outra, demonstrando nervosismo.
"Penso que não adiantaria. Por favor, queira me perdoar, estou muito atarefado esta manhã. Espero que encontre alguma coisa. Lamento que não possa oferecer nada que possa fazer aqui".
O Reverendo Maxwell fechou a porta ouvindo os passos do homem se afastando. Quando subia ao escritório viu pela janela que o homem descia a rua vagarosamente, ainda com o chapéu entre as mãos. Havia algo em sua figura tão abatida, desamparada e angustiada que o pastor ficou hesitante por um momento ao olhar para ele à distância. Em seguida voltou ao seu trabalho e, com um suspiro, retomou suas anotações. Não houve nenhuma outra interrupção e duas horas depois, quando sua esposa voltou, o sermão estava terminado. As páginas soltas foram reunidas e colocadas sobre a Bíblia. Estava tudo pronto para o culto da manhã de domingo.
"Henrique, uma coisa estranha aconteceu no Jardim da Infância" disse a esposa durante o jantar. Logo depois das brincadeiras, quando as crianças estavam sentadas à mesa, a porta se abriu e um homem jovem entrou segurando um chapéu sujo nas mãos. Ele ficou sentado perto da porta e não disse uma única palavra. Ele apenas olhava as crianças. Ficamos com um pouco de medo no começo, mas ele ficou lá sentado quieto e depois de alguns minutos levantou-se e foi embora".
"Ele devia estar cansado e querendo descansar em algum lugar. Acho que foi o mesmo homem que esteve aqui".
"Você terminou o sermão, Henrique?" perguntou ela após breve silêncio.
"Sim, está tudo pronto. Foi uma semana muito carregada para mim. Os dois sermões me custaram um trabalho penoso".
"Eles serão bem recebidos por um grande público no domingo, é o que eu espero", acrescentou ele sorrindo.
"Sobre o que você vai pregar de manhã?"
" Seguir a Cristo". Vou iniciar pela Expiação e salientar seu sacrifício e exemplo, mostrando a seguir os passos necessários para imitar esse sacrifício e exemplo.
"Tenho certeza de que será um bom sermão. Espero que não chova. Ultimamente tem chovido muito aos domingos".
"É verdade. A freqüência tem sido muito baixa. O povo não gosta de sair de casa em dia de chuva". Ao dizer isso o Reverendo suspirava. Lembrava-se de seu empenho e cuidado na preparação dos sermões pensando nos numerosos ouvintes que deixavam de comparecer.
Mas a manhã daquele domingo estava esplendorosa. O ar estava límpido e refrescante, a serenidade do céu não dava sinais de qualquer alteração. Cada um dos membros da igreja se preparava para participar do culto. Iniciado o serviço, o templo estava repleto de pessoas bem vestidas e saudáveis, representando a melhor sociedade da cidade.
Esta Igreja ostentava a melhor música que o dinheiro pode proporcionar e seu quarteto musical naquela manhã era uma fonte de grande deleite para toda a congregação. Os hinos eram inspiradores.
Raquel ostentava toda sua beleza quando se levantou por trás do balcão de madeira nobre esculpido com os símbolos da cruz e da coroa. Sua voz era ainda mais esplêndida do que o seu rosto e isso causava um efeito extraordinário. Os cânticos de Raquel sempre ajudavam o Reverendo. Eles geralmente procuravam combinar um hino apropriado para o assunto do sermão.
As pessoas comentavam nunca ter visto antes um cântico tão belo. Pareceu mesmo ao ministro que quando ela se sentou, uma sensação como um ímpeto de aplaudir perpassou pelo auditório. Um frio percorreu a espinha de Maxwell. Ao levantar-se, porém, e colocando seu sermão sobre a Bíblia, imaginou que se havia enganado. Em poucos segundos ele estava absorvido em seu sermão e tudo o mais foi esquecido graças ao prazer de sua mensagem.
Henrique Maxwell era considerado um grande orador, não especificamente pelo que ele dizia, mas pela forma como se expressava. Os membros da Igreja gostavam do seu jeito. Isso dava ao pregador e aos ouvintes uma agradável distinção.
A verdade é que o pastor gostava de pregar. Ele ansiava estar em seu púlpito quando chegava o domingo. Eram minutos deliciosos que desfrutava diante da igreja cheia, sentindo a presença interessada de um seleto auditório. Mas ele se mostrava sensível ao tamanho da audiência. Sua pregação diante de um grupo pequeno diminuía em conteúdo e brilho. As próprias variações do tempo o afetavam de modo considerável. Sentia-se no máximo da sua pujança diante de um auditório como aquele que ali estava naquela manhã. Sua satisfação ia aumentando à medida que continuava. Aquela igreja era a melhor da cidade. Sua congregação era composta de pessoas importantes, representativas da riqueza, da melhor sociedade e da elevada cultura da cidade.
Parecia estranho que o Reverendo Maxwell pudesse pensar nessas coisas ao mesmo tempo que pregava, mas, quando se aproximava do final do sermão, ele sabia que em algum ponto de sua mensagem havia experimentado tais sensações. Elas penetraram no íntimo de sua mente; pode ter acontecido em poucos segundos, mas ele estava cônscio de ter definido sua posição e sua emoções tão bem como se tivesse tido um monólogo e sua pregação compartilhou a satisfação de uma profunda satisfação pessoal.
O sermão era interessante, recheado de frases admiráveis. Se o pastor estava satisfeito com as condições de seu pastorado naquela manhã, a igreja também compartilhava esse mesmo sentimento, contente de ter ao púlpito uma pessoa erudita, fina, de aparência agradável, pregando com tanta animação e poder de persuação.
De repente, no meio daquela perfeita consonância entre o pregador e a audiência, ocorreu uma interrupção inteiramente fora do comum. Foi tão inesperada, tão contrária a quaisquer pensamentos das pessoas presentes, que não houve espaço naquele momento para qualquer iniciativa ou reação.
O sermão já tinha acabado. O Reverendo tinha fechado a grande Bíblia sobre seus manuscritos e estava prestes a sentar-se quando o coro tomava posição para entoar o hino de encerramento:
"Tudo, ó Cristo, a Ti entrego;
Tudo, sim, por Ti darei"
quando toda a congregação foi surpreendida pela voz de um homem vinda do fundo do templo, ao que parece de um banco sob a galeria. Em seguida, a figura de um homem surgiu da sombra e foi caminhando até a metade do corredor. Antes que o auditório atônito entendesse o que se passava, o homem foi até o espaço vazio diante do púlpito e voltou-se de frente para o público.
"Estive pensando desde que cheguei aqui" - foi ele falando - "se seria apropriado dizer algumas palavras no final deste culto. Não estou bêbado, não sou louco e sou incapaz de causar qualquer mal a qualquer pessoa; mas, se eu vier a morrer, o que poderá acontecer nos próximos dias, quero sentir a satisfação de ter falado num lugar como este e diante dessas pessoas".
Maxwell não chegara a sentar-se . Estava ainda de pé, apoiando-se no púlpito, olhando para o estranho. Era o homem que tinha ido à sua casa na última sexta-feira. Estava com o surrado chapéu girando entre as mãos. Não tinha feito a barba, seu cabelo estava todo embaraçado e estava maltrapilho e abatido. Ninguém se lembrava de ter visto uma cena como aquela dentro daquele templo. Estavam acostumados a encontrar pessoas desse tipo nas ruas, nas proximidades das oficinas da estrada de ferro, perambulando pela cidade, porém nunca imaginaram que tal incidente fosse acontecer ali, dentro da igreja.
Não havia nada de ameaçador no comportamento e jeito de falar do homem. Ele não estava excitado e falava em voz baixa , mas compreensível. O Reverendo Henrique estava impassível, mudo e lembrava-se ligeiramente de uma pessoa que vira em sonho caminhando e falando.
Nenhuma pessoa se mexeu, ninguém fez qualquer gesto para interromper ou fazer calar o estranho. Ele continuou a falar normalmente. O pastor permanecia imóvel. No coro, Raquel estava pálida e chocada.
"Não sou um vagabundo comum, muito embora não conheça qualquer ensino de Jesus que torne uma espécie de vagabundo menos digna de salvação do que outra. Os senhores conhecem?" ele fez a pergunta tão naturalmente como se todo o auditório fosse uma classe de evangelização. Fez uma pausa, tossiu penosamente e continuou: "Perdi meu emprego há dez meses. Minha profissão é tipógrafo. As novas máquinas linótipo são uma ótima invenção, mas sei de seis tipógrafos que se suicidaram no período de um ano, justamente por causa destas máquinas. É claro que não vou censurar os jornais por comprarem essas máquinas. Mas, o que pode fazer um trabalhador? Nunca aprendi outra coisa, isto é a única coisa que sei fazer. Andei por toda a parte neste país tentando achar alguma coisa. E há muitos outros na mesma situação. Não estou reclamando. Estou apenas relatando os acontecimentos. Mas o que estava me intrigando quando me sentei lá atrás é saber se o que vocês chamam seguir a Jesus é a mesma coisa que Ele ensinou. O que Ele quis dizer com estas palavras - Sigam-me! - O ministro disse" e então se voltou para o púlpito, "que é necessário que o discípulo de Jesus siga os passos dele, e disse quais são esses passos: obediência, fé, amor e imitação". Porém não o ouvi dizer o que significam esses passos. O que os cristãos entendem por "seguir os passos de Jesus'?
"Andei por toda esta cidade nos últimos três dias tentando arranjar um emprego; e durante todo esse tempo não encontrei uma palavra de solidariedade ou conforto, exceto de seu pastor, que disse estar pesaroso por minha situação e esperava que eu encontrasse um emprego em algum lugar. Imagino que, por terem sido enganados por outros mendigos profissionais, vocês perderam o interesse por qualquer tipo de necessitado. Não estou querendo acusar ninguém, estou apenas narrando os fatos. Reconheço que os senhores não podem deixar suas atividades para conseguir emprego para uma pessoa como eu. Não estou pedindo nada, mas estou confuso a respeito do significado de seguir a Jesus. O que vocês querem dizer quando cantam - 'Onde quer que eu for, eu o seguirei'? Vocês acham que estão sofrendo e negando a si mesmos, procurando salvar a humanidade perdida e sofredora, exatamente como fez Jesus? O que vocês querem dizer com isso? Estou sempre vendo o lado trágico das coisas. Estou sabendo que há mais de quinhentos homens nas mesmas condições aqui na cidade. A maioria deles tem família. Minha mulher morreu há quatro meses e eu estou contente por ela se livrar desse sofrimento. Minha filhinha mora com a família de um impressor até que eu consiga um emprego. Fico confuso quando vejo tantos cristãos vivendo com todo o conforto e cantando - 'Por Jesus deixarei tudo' - e fico lembrando como minha mulher morreu com falta de ar num quartinho apertado, pedindo que Deus levasse também a nossa filhinha. Não espero que vocês possam impedir que pessoas morram de fome, por falta de alimento adequado e num lugar arejado, mas o que significa servir a Jesus? Sei que muitas pessoas cristãs são proprietárias desses quartinhos infectos. Um membro de igreja era o dono daquele em que minha mulher morreu, e eu duvido que seguir a Jesus fosse verdadeiro em seu caso. Ouvi um grupo de pessoas cantando numa reunião de oração na igreja uma dessas noites:
Tudo, ó Cristo, a Ti entrego;
Tudo, sim, por Ti darei'
e sentado do lado de fora, fiquei pensando no sentido daquelas palavras e como aquelas pessoas as interpretavam. Parece-me que muita desgraça deste mundo de algum modo acabaria se todas as pessoas que cantam esses hinos vivessem de acordo com eles. Bem, não entendo dessas coisas. Mas, o que faria Jesus? É isso que vocês entendem por seguir os passos de Jesus? Observo, às vezes, que as pessoas que vão às grandes igrejas tem roupas bonitas, belas casas e dinheiro para gastar com luxo, enquanto que os que estão fora das igrejas, milhares deles, morrem em cubículos sórdidos e andam pelas ruas à procura de trabalho, vivendo na miséria, na embriaguez e no pecado".
O estranho de repente deu uns passos trôpegos em direção à mesa da comunhão e se apoiou nela com uma das mãos. Passou a outra mão sobre a fronte e, sem uma palavra ou gemido, caiu ao chão em frente........

Trecho da pág. 243
"O Cristianismo necessita imperiosamente em nossos dias do elemento pessoal. ‘O ato de dar alguma coisa pouco ou nada significa; dar-se a si mesmo é tudo.’ O Cristianismo que desconhece a renúncia e o sofrimento não é o Cristianismo de Cristo. É urgente que cada homem cristão dedicado a negócios siga o caminho do sacrifício pessoal. A estrada de hoje é a mesma do tempo de Jesus. O grito deste século ressoa, clamando por verdadeiros discípulos, um Cristianismo novo ou, antes, o mesmo velho Cristianismo apostólico, cujos adeptos deixaram tudo para seguir literalmente o mestre. Somente um Cristianismo assim será capaz de transformar o egoísmo destruidor destes tempos. Há em nossos dias, grande número de cristãos apenas nominais. É necessária uma volta urgente ao Cristianismo de Cristo. Temos preguiçosa, egoísta e inconscientemente seguido uma espécie de Cristianismo que cristo não reconheceria. A quantos de nós, quando gritamos ‘Senhor, Senhor!’ dirá Ele: ‘Nunca vos conheci, apartai-vos de mim’? Estamos prontos a tomar a cruz? Se não estamos, se o nosso Cristianismo consiste apenas no gozo dos privilégios do culto; em ser generoso sem qualquer sacrifício, ter uma vida de conforto cercado de coisas boas e amigos agradáveis, viver rodeado de respeito e, ao mesmo tempo, evitar todo o contato com aqueles que, ao redor de nós, se acham mergulhados no pecado a marcham para a perdição; então, com toda a certeza, estamos longe de seguir os passos daquele que sofreu torturas e agonias por amor da humanidade, de tal modo que o suor de sangue escorreu-lhe pela face e que sobre a cruz bradou: ‘Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?’ " Estamos nós prontos para viver uma vida nova? Estamos prontos para considerar nossa definição do que seja ser Cristão? Que é ser Cristão? É imitar Jesus. É fazer o que ele faria. É seguir seus passos."
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Manuel Raposo